Enfim, a indústria reage – e já puxa a criação de empregos.
Afundada na maior recessão da História durante os anos finais do governo lulo-petista, a economia brasileira dá sinais de recuperação, um ano e meio após Dilma Rousseff e seus Guido Mantega, Luciano Coutinho et caterva terem sido substituídos por uma equipe econômica de qualidade, chefiada por Henrique Meirelles.
Na semana encerrada no sábado, 7/10, os jornais publicaram uma série de boas notícias da economia brasileira, como vem acontecendo a cada semana, como efeito do cavalo de pau, da mudança de 180 graus na orientação da política econômica do governo com a saída de Dilma Rousseff. Aqui, nesta 17ª compilação da série, vão oito boas noticias.
A primeira delas é a abençoada recuperação da indústria.
Ela foi o tema das reportagens de abertura dos cadernos de Economia do Estadão e do Globo neste domingo, 9/10. “Após dois anos de queda, indústria puxa criação de empregos” foi a manchete do Estadão.
O Globo, ainda em campanha contra o governo Michel Temer, não deu manchete; na primeira página, registrou em uma coluna: “Indústria impulsiona retomada”. Na primeira página da Economia, deu o título “Indústria puxa emprego formal”.
A reportagem do Globo, assinada por Cássia Almeida e Marcello Corrêa, começa assim:
“A contratação com carteira assinada começa a dar sinal de vida nas estatísticas de emprego. Eé a indústria que vem puxando esse movimento. Foram mais de 136 mil vagas abertas no segundo trimestre pela atividade. A taxa de desemprego cai desde abril — passou de 13,7% naquele mês para 12,6% em agosto —, numa queda que vinha sendo sustentada até agora só pelas ocupações informais como os conta própria e trabalhadores sem carteira. Mas o quadro começou a mudar, a ponto de o Banco Itaú prever a criação de 740 mil vagas formais no ano que vem, afirmando que o emprego com carteira assinada vai liderar a geração de postos em 2018. Do emprego formal criado este ano, 40% vieram da indústria de transformação, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A economista Maria Andréia Parente, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lembra que a indústria cortou muito pessoal:
“— A indústria passou momentos ruins, com substituição por importações e, agora, que começa a voltar a produzir com mais força, precisa contratar. Como a grande maioria das empresas está no mercado formal, isso aparece nas estatísticas.
“Ela diz que a exportação está ajudando a indústria. A cada mês, mais setores planejam contratar nos próximos seis meses, segundo a CNI. Dos 27 setores acompanhados pela confederação, em julho, cinco previam admissões. Em agosto, o número subiu para sete e, em setembro, foram nove.
“— As indústrias farmacêutica, química, de móveis, de confecção e bebidas estão contratando. A alta ainda é mais localizada, mas a ocupação parou de cair, depois de muito tempo de queda — afirma Marcelo Azevedo, economista da CNI.
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Aqui, o início da reportagem do Estadão, de Cleide Silva:
“Após dois anos sem trégua nos cortes mensais de vagas, a indústria brasileira voltou a gerar empregos. O setor liderou a criação de vagas entre junho e agosto – o que é visto pelos economistas como um sinal concreto de que a recuperação econômica está se refletindo no mercado de trabalho.
“A indústria é a terceira maior empregadora no País, atrás do comércio e do setor público. Dos 924 mil postos de trabalho criados entre junho e agosto, 40% vieram da área industrial. A retomada de contratações está sendo liderada principalmente pelos setores automotivo, têxtil, de calçados, de confecção, eletroeletrônico e químico/farmacêutico.
“’Concretamente, há uma retomada da economia, que começou com a inflação caindo e, com isso, o salário real aumentou, gerando demanda por serviços e depois no comércio e, por último, na indústria’, diz José Márcio Camargo, economista-chefe da Opus Investimentos e professor da PUC-Rio. ‘O emprego acompanhou essa movimentação.’
“Do início do ano para cá, a taxa de desemprego total do País caiu de 13,7% para 12,6%, mas o Brasil ainda tem 13,3 milhões de desocupados.
Pelas projeções de Camargo, até o fim do ano o porcentual de desempregados entre a população ocupada deve ficar em 11,5%. “A economia está se recuperando, o desemprego cai há seis meses, e a tendência é de melhorar ainda mais em 2018.”
“Na indústria, o número de contratações vinha sendo negativo desde maio de 2015 e só passou a ser positivo a partir de abril deste ano, quando foram abertas 94 mil vagas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
“O ano começou com o corte de 342 mil postos no setor industrial, mas, nos três meses encerrados em agosto houve uma inversão e foram criadas 365 mil vagas. O número se refere à diferença entre o total de empregados no setor neste ano em relação ao igual período de 2016, quando o saldo estava negativo em 1,4 milhão.
“Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, a reação da indústria em relação ao emprego “mudou da água para o vinho”. Em sua opinião, é mais um indício da recuperação econômica, “que não está consolidada, mas caminha para isso”.
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* As vendas de veículos novos subiram 24,5% em setembro.
“As vendas de veículos novos no País subiram 24,5% em setembro na comparação com o mesmo período de 2016, dando continuidade à recuperação do mercado automotivo após quatro anos em queda. Foi o quinto mês consecutivo de crescimento no comparativo interanual”, informou Eduardo Laguna, do Estadão.
“Os dados integram um balanço prévio, obtido com fontes do mercado e sujeito a pequenos ajustes em relação aos números a serem divulgados nesta terça-feira, 3, pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, e na quinta-feira, 5, pela Anfavea, associação das montadoras. No total, foram vendidos 199,2 mil veículos no mês passado, entre carros de passeio, utilitários leves – como picapes e vans -, caminhões e ônibus.”
FOTO: Clayton de Souza/AE
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* A produção de veículos teve alta de 39% em setembro.
Diz o texto de Eduardo Laguna, do Estadão: “Com 236,9 mil veículos produzidos, a atividade nas montadoras avançou, no mês passado, 39,1% em relação a igual período de 2016. Frente a agosto, um mês mais longo, com três dias úteis a mais, houve queda de 9,2% na montagem de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, conforme balanço divulgado nesta quinta-feira, 5, pela Anfavea, entidade que representa as fabricantes de veículos instaladas no País.
“O desempenho leva para 1,99 milhão de veículos o total fabricado pelas montadoras nos nove primeiros meses do ano, uma alta de 27% puxada pela alta nas exportações e pela recuperação das vendas domésticas.”
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* As encomendas para o Natal já elevam produção da indústria neste início de outubro
“Os efeitos do que o varejo espera ser o melhor Natal em quatro anos já começam a ser sentidos pela indústria”, diz reportagem no Globo de quinta-feira, 5/10, de Marcello Corrêa. “Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) feito a pedido do Globo mostra avanço na produção de segmentos tradicionalmente ligados às festas de fim de ano. Na média entre junho e agosto — período em que as encomendas natalinas costumam ser feitas —, o segmento de eletrônicos, por exemplo, registra alta de 20,4% na produção. No mesmo período de 2016, o setor registrara queda de 5,4%. O segmento de vestuário também apresenta reação, passando de queda de 6,7%, no ano passado, para avanço de 1,1%. A CNC espera que as vendas de Natal cresçam 4,3% neste ano, após recuos de 4,9%, em 2016, e de 5%, em 2015, e de crescimento tímido de 1,8%, em 2014.
“Entre fabricantes, a expectativa é que o Natal incentive a recuperação que já começou a ser observada desde o início do ano, impulsionada pela melhora gradual da economia — que se beneficia do início da retomada do mercado de trabalho e da inflação mais comportada. Dados divulgados nesta semana pelo IBGE mostram que a produção industrial recuou 0,8% em agosto, mas, no acumulado do ano, segue no positivo, com alta de 1,5%.
“Presidente da Eletros, Lourival Kiçula afirma que as vendas de aparelhos de TV para o varejo já acumulam avanço de 21% no acumulado entre janeiro e agosto, frente ao mesmo período do ano passado. O segmento de portáteis, que engloba liquidificadores e batedeiras, por exemplo, cresce 23% na mesma comparação.
“— Vai ser (um Natal) melhor do que no ano passado, com certeza. No segmento de televisores, temos expectativa de que isso se mantenha. Uma alta de 20% seria um bom crescimento — diz Kiçula.
“O economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Marcelo Azevedo pondera que é cedo para apostar em alta das encomendas para o fim de ano, embora considere que isso deve acontecer mais para frente:
“— Na medida do possível, está acontecendo um adiamento. Existe pouco espaço para uma aposta sem muita segurança por parte de empresários e consumidores. Devemos voltar para uma sazonalidade normal, com aumento da produção acompanhando a alta da demanda no Natal.
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* Apesar de queda de 0,8%, indústria segue em recuperação
É o que disse reportagem de Marcello Corrêa, do Globo:
“O resultado negativo da indústria em agosto foi uma espécie de tropeço na trajetória de recuperação do setor. Apesar da queda de 0,8% frente a julho, os dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE dão espaço para ver o copo meio cheio. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) mostra que o tombo de agosto foi concentrado em poucas atividades: para se ter uma ideia, as quatro principais atividades em queda – alimentos, derivados do petróleo, máquinas e equipamentos e setor extrativo – respondem por 40% do resultado.
“Só o segmento de alimentos representa cerca de 14% do desempenho da indústria. Segundo André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE, tirando o recuo de 5,5% registrado pelo setor na passagem entre julho e agosto, é provável que o resultado geral ficasse próximo da estabilidade.
“Considerando a comparação com o ano passado, os dados também são mais animadores. Em relação a agosto de 2016, a indústria cresceu 4%, completando uma sequência de quatro resultados positivos nesse tipo de cálculo. Uma sequência tão longa de crescimento não era observada desde 2013, quando a produção industrial cresceu continuamente entre os meses de abril e novembro, sempre na comparação com igual mês do ano anterior.
“— A gente precisa relativizar sempre a base de comparação depreciada de 2016, mas é uma mudança de comportamento frente a períodos anteriores — observa Macedo, do IBGE.
“O desempenho positivo é influenciado fortemente pelos chamados bens de consumo duráveis, categoria que engloba produtos como eletrodomésticos e automóveis, por exemplo, e em agosto completou uma sequência de 11 altas, frente a igual mês do ano anterior. Também em agosto, o segmento de automóveis registrou alta de 28,2%, maior avanço desde janeiro de 2013, quando crescera 41,9%.”
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* A inflação sobe 0,16% em setembro, mais que o previsto, mas no acumulado do ano é a menor alta desde 1998.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE ficou em 0,16% em setembro. O número veio bem acima do esperado pelo mercado, que estimavam que o IPCA fechasse o mês praticamente estável, com alta de 0,09%.
No acumulado em 12 meses, o índice registra alta de 2,54%. Em agosto, o indicador havia desacelerado para 0,19%. Já para o acumulado em 12 meses, a expectativa era de alta de 2,47%.
No ano, o IPCA contabilizou um avanço de 1,78%, a menor alta acumulada para um mês de setembro desde 1998, quando o índice ficou em 1,42%.
* Risco-Brasil já caiu 34% este ano.
O risco-país do Brasil medido pelo CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote da dívida soberana do país) caqiu de 283 pontos-base para 187 pontos este ano, informou O Globo de sábado, 7/10, em matéria de Rennan Setti. Isso equivale a um recuo de 34%.
* A Bolsa subiu 2,37% na semana, ultrapassando a marca dos 76.000 pontos.
A Bolsa de Valores de São Paulo ultrapassou na semana de 2 a 6/10 a marca dos 76 mil pontos, um recorde na sua história. Apesar de ter recuado 0,73% na sexta-feira, 6/10, ao nível de 76.054 pontos, fechou a semana com alta acumulada de 2,37%.
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