28 de março de 2024
Tecnologia

14 erros mais comuns ao testar fones de ouvido

Saiba como testar de forma correta os fones de ouvido antes de publicar reviews (análises) em seus canais nas redes sociais.

Por Vitor Valeri em 16/11/2023 13:38

A realização de testes de fones de ouvido no Brasil de forma errada é igual mato, tem para todo lado que você olha. Consequentemente, vemos reviews (análises) rasas, que não nos informam nada sobre o produto. Por este motivo, elenquei aqui os principais erros que são mais comuns ao testar fones de ouvido que você deve considerar antes de publicar reviews nos seus canais nas redes sociais.

Os erros mais comuns de serem cometidos ao testar fones de ouvido. Fonte: Vitor Valeri

1 – Escutar músicas do mesmo gênero

Ao escutar músicas do mesmo gênero para analisar a qualidade de som do fone de ouvido, só será possível perceber parte das capacidades de reprodução das frequências sonoras. Para conseguir ter uma ideia melhor de como os sub-graves, graves, médio graves, graves, médios, médio agudos, agudos e agudos altos é necessário criar uma playlist (seleção de músicas) que consiga abarcar de forma clara, nítida, todas estas faixas do espectro do som.

O objetivo é escolher faixas que tenham ênfase em cada faixa, proporcionando a oportunidade de avaliar a extensão, o ataque, a textura, o decaimento, a nitidez, entre outras características.

2 – Testar por alguns minutos

Escutar um fone de ouvido por apenas alguns minutos não vai lhe dar a noção real do que ele realmente é capaz de proporcionar. Isso acontece porque simplesmente não tem como reproduzir músicas o suficiente para analisar o seu som, além de avaliar adequadamente o seu conforto e, o mais importante, obter o posicionamento correto do fone na cabeça.

3 – Escutar em um ambiente barulhento

Se o fone de ouvido for aberto (open-back), não haverá o isolamento dos ruídos do ambiente. Consequentemente, os sons do lugar onde você está podem atrapalhar na percepção das nuances da música.
Você precisa ver: Os 10 maiores youtubers de fones de ouvido

4 – Não avaliar o conforto em diferentes situações

Um fone de ouvido pode ser confortável de se utilizar por alguns minutos, mas pode se tornar desconfortável após algumas horas. Além disso, se você o utilizar em movimento como, por exemplo, ao fazer exercícios, há a possibilidade de ele causar algum incomodo. Por isso, é importante que a avaliação seja feita considerando diferentes cenários de uso.

5 – Deixar de analisar a qualidade e durabilidade dos materiais

É importante considerar a qualidade e a durabilidade dos materiais que compõem os fones de ouvido. De nada adianta pagar barato por eles e simplesmente após alguns meses ocorrerem problemas de nível básico como, por exemplo, um dos lados parar de funcionar, a carcaça rachar, o cabo arrebentar ou dar mal contato, as ear pads (“almofadas”) apresentarem rachados, entre outros.

6 – Desconsiderar aspectos como peças modulares

Como existem partes do fone de ouvido que acabam se desgastando com o uso natural, mesmo que você tenha cuidado ao manusear o produto, uma hora elas irão apresentar problemas. Geralmente as falhas ocorrem no cabo e nas ear pads “almofadas”. Por esse motivo, é importante observar quando o fone de ouvido possui cabo e ear pads modulares, possibilitando ao usuário trocar sem muito esforço.

7 – Avaliar o preço de forma isolada

Um grande erro que vejo muitos cometerem é avaliar um fone de ouvido e dizer que é ótimo simplesmente porque é “barato”. Não adianta o produto ser barato se sua durabilidade for horrível, ser desconfortável e apresentar um som péssimo.
Você precisa ver: Os 3 piores fones de ouvido que testei nos últimos anos

8 – Aplicar equalização

Quando se avalia um fone de ouvido, o ideal é testar como ele foi projetado. Ao aplicar equalização, você irá alterar o comportamento da reprodução dos sons e consequentemente não irá perceber o que há de bom e de ruim no tuning do fone de ouvido.

9 – Utilizar ear tips ou ear pads que não vieram com o fone

Embora nem sempre as ear tips ou ear pads que vem com o fone de ouvido são boas, é importante que o teste seja feito com elas, pois a avaliação deve ser feita considerando o todo, o kit. Ou seja, o correto é somente trocar o tamanho das ear tips e ear pads que estão na caixa do produto para obter o selo (fit) correto, algo essencial para se obter a sonoridade pretendida pelo fabricante, como falo a respeito neste artigo.

10 – Esquecer de procurar obter o posicionamento correto

Se não houver um bom encaixe do fone de ouvido através de um posicionamento correto, o som pode ser alterado consideravelmente. Explico sobre isso neste tutorial, onde ensino como posicionar corretamente.

11 – Utilizar equipamentos extremamente limitados para a exigência do fone de ouvido

Utilizar a saída de fones 3,5mm do notebook, desktop, celular ou tablet para testar fones de ouvido é um grande erro. O motivo disso é a alta impedância da saída de fones nestes dispositivos, além de uma potência de saída baixa. Desta forma, se você não utilizar um DAC/amp USB, haverá uma grande limitação para a reprodução ideal dos sons do fone de ouvido.

A exceção à regra são, em parte os fones Bluetooth, que possuem DAC/amp integrado (dentro da carcaça). Porém, se você possuir um iPhone, por exemplo, estará limitado aos codecs de áudio Bluetooth AAC e SBC, que são rudimentares comparado ao aptX e ao LDAC, por exemplo.

12 – Não configurar corretamente o aplicativo/programa responsável pela reprodução

É importante que se utilize aplicativos de players ou de streaming que tenham suporte ao bit perfect. Do contrário, você terá interferências do sistema operacional e de outros aplicativos na reprodução do som, como falei neste artigo.

13 – Volume excessivamente alto

Ao aumentar o volume excessivamente, irá ocorrer o mascaramento de frequências, como expliquei neste artigo, e consequentemente não será possível testar o fone de ouvido adequadamente.

14 – Pautar a análise do som somente na análise do gráfico de resposta de frequência

O gráfico de resposta de frequência não mostra a qualidade de som do fone de ouvido ao analisá-lo de forma isolada. É necessário ouvir o fone para ter a percepção de outras características que não são percebidas ao olhar um gráfico.

Fonte: Oficina da Net

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