26 de abril de 2024
Sylvia Belinky

Conciliação e Mediação


Hoje, fui a uma palestra que prometia “Equilíbrio Emocional para Mediadores e Conciliadores: Cultivando estabilidade em meio aos Conflitos”. Como fosse um acréscimo à nossa carreira e um acréscimo com certificado, fui.
Muitas vezes, não notamos que teríamos que estar mais bem preparados se considerarmos os anos de carreira, que se tornam muitos em um abrir e fechar de olhos! E eu Já estou na Mediação e Conciliação há nada menos do que 10 anos!
Embora continue sendo um trabalho voluntário – há dez anos já se aventava a hipótese de se remunerar esses profissionais que ajudam, e muito, a descongestionar o Judiciário – o número de cursos de atualização e de horas de estágio exigidos pelo STJ é espantoso!
Eu diria que, para ser um conciliador ou mediador, há que se ter, antes de qualquer outra qualidade, crença no ser humano; estar convicto de que ele vale a pena, ainda que, algumas vezes, diante de atitudes irresponsáveis e até cruéis, possamos sair duvidando de nossa convicção.
Entretanto, a convivência com outros colegas demonstra que estamos em um ambiente privilegiado, de gente do bem, que está tentando fazer com que as pessoas encontrem o “caminho do meio”, “uma solução ganha-ganha”, “um ponto de equilíbrio” que levem a um acordo que só trará benefícios, indistintamente. Quando fazemos o curso, ou os aperfeiçoamentos, encontramos essas pessoas com mais freqüência e só percebemos o bem que elas nos faziam, depois que essa convivência termina!
Quem está ali, coloca à disposição da sociedade seu cabedal de experiência, propondo-se a caminhar junto, diante de ensaio e erro, em tentativas por vezes frustradas, mas sem críticas, sem esmorecimento, até que se chegue a um bom convívio, a uma convivência pacificada, trazendo proximidade onde havia distanciamento e desinteresse. O interessante é perceber o quanto precisávamos disso e não nos dávamos conta de que, se não fosse o acompanhamento do mediador, jamais atingiríamos!
Com os divórcios e separações pululando, há também a Oficina de Pais, onde recém separados vão para descobrir o que não dizer para os filhos, o que não fazer, coisas que parecem banais, mas que trazem um grande sofrimento para eles e que pode ser evitado. Esse belo programa criado pela juíza de São Vicente, Dra. Vanessa Aufiero que, com muita sensibilidade e objetividade, está ajudando, e muito, a todos que, tendo esse problema, têm a sorte de conhecer e entrar em contato!
Dois mediadores ficam com os pais, em salas separadas para que se sintam mais à vontade, os filhos de 6 a 10 anos ficam em outra, com outros dois mediadores, e os filhos adolescentes, de 11 a 17 anos, em mais uma, também com dois mediadores. Durante o curso, fizemos o “rodízio” por todas as salas antes de sermos considerados aptos e capacitados para aplicar a teoria, com vídeos, com conversas, tornando o local de onde as pessoas saiam alentadas para viver algo tão doloroso e difícil. Não dá para explicar o tamanho da nossa alegria ao receber as apreciações e os agradecimentos dos presentes…

Sylvia Marcia Belinky

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a "falarem a mesma língua", traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma... Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar... De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena - só não tenho a menor contemplação com a burrice!

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