20 de abril de 2024
Joseph Agamol

Croni-kai


Escrever para mim é algo orgânico, tanto como, sei lá, respirar.
Lembro de batucar na velha máquina de escrever da minha mãe desde meus 7 ou 8 anos.

(Meus detratores dizem que não aprendi muito desde então hahahaha)
Ando pelas ruas compondo o tempo todo na minha cabeça, e a maior dificuldade é selecionar aquilo que vai, enfim, para a tela do celular.
(Se publico um texto ao dia, vocês podem ter certeza que mais dois ou três ficaram de fora. Stephen King diz que escritores são como esquilos que guardam suas nozes para o Inverno – eu tento ser um esquilo precavido)
É um ato que envolve ao menos 3 sentidos: o toque em si, o ato físico, o ouvir canções que quase ninguém ouve e ver imagens quase sempre despercebidas.
Para enfim unir tudo isso em um todo que faça sentido – para mim e para quem lê.
Ao fim e ao cabo, escrever é, para mim, muitas vezes, o falar das paixões que nutro – algumas quase ao nível de suaves obsessões.
Música. Rock clássico. Country. Americano, claro. Só é possível cantar country nos U.S.A., ora bolas.
Cantoras semi-desconhecidas no Brasil.
(Melody Gardot e Sara Watkins, por exemplo).
Pés femininos. Acho esteticamente lindos. A sola dos pés, principalmente, uma obra-prima de design.
Estrada. E todo o simbolismo que a envolve.
Fotografar é um prazer que também me acompanha desde que era uma criança remelentinha de joelho ralado no subúrbio do Rio.
Café. Livros, muitos livros. São mais amores.
Outra paixão é o hai-kai, forma de poesia japonesa que envolve palavras e imagens.
Adoro a síntese do hai-kai, a proposta minimalista de dizer tanto com tão pouco.
Às vezes os textos se desenvolvem como árvores frondosas, copas opulentas, troncos nodosos, raízes profundas.
Outras tantas se formam como delicadas e pequenas flores selvagens.
Para esses últimos, pensei em unir a síntese hai-kaica (toma aí um neologismo, leitor desavisado!) tornada crônica. E batizei como
Croni-kai.
Todo esse conversê, amigos e vizinhos, é para dizer que vou passar a usar o Instagram, dedicando-o a essas pequenas flores metafóricas do meu texto: imagens e palavras na síntese de uma crônica, como se hai-kai fossem.
Quem quiser me acompanhar lá será tão bem vindo quanto aqui.
Croni_kai. É fácil.
Com underline, não hífen.
Passem lá para um café como só um carioca da Leopoldina sabe fazer.
Com coca-cola, claro.
Bora?
Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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