28 de março de 2024
Walter Navarro

O Delta do Rio Dallagnol


Eu ainda nunca fui ao Egito, mas sou alucinado por uma boa múmia. Múmia de Boris Karloff, de Tom Cruise não.
E ouro, muito ouro!
Meu sonho é profanar tumbas e pirâmides, qual um Indiana Jones ou Howard Carter, de preferência, sem a maldição das diletas múmias.
Se não der, contentar-me-ei com um vulgar chá nos arrabaldes do Cairo, numa Viela de Midaq; no Beco do Pilão, no Karnak Café, na Taverna do Gato Negro; de preferência com Rhadopis, a Cortesã…
Cairo! Lindo nome, até em francês: “Le Caire”.
Na esteira, também possuo severo apreço pelo delta do rio Nilo, no Baixo Egito e o delta do rio Mekong, no Vietnã.
Muito mais interessantes que o delta do Parnaíba, concordam? Eu escrevi Parnaíba e não Paraíba, talkey?
Uma coisa é certa, delta, em mineralogia óptica, com D, é utilizada para simbolizar a birrefringência máxima de um cristal.
Estou nestes devaneios porque quando bebo nove litros de tequila, com Fanta Uva e escorpião, baixa a Dilma em mim e não consigo pronunciar o nome Deltan Dallagnol…
Misturo o rio Nilo com Nilo Peçanha, com Delta Air Lines, com a quarta letra do alfabeto grego; confundo com Dalton, daltônico, Detran, Danton e Selton Mello.
Já Dallagnol vira guinhol, rouxinol com anzol e minhoca.
Na qualidade de advogado do diabolsonaro, Sérgio Moro e Paulo Guedes, hoje, quero tratar do arcanjo Deltan Dallagnol, antes que os visigodos, ostrogodos e a tequila me peguem na esquina.
Deltan está no, digamos, segundo escalão. Logo, é mais frágil que Bolsonaro, Moro e Guedes.
Logo, merece mais cuidado, proteção e apoio.
Mesmo porque, é no segundo e terceiro escalões que o ventre da besta, da jararaca, está fértil.
No escalões inferiores os espiões, os dissimulados, os alliens invasores de corpos ainda proliferam. Lá, como diz o Paulo Guedes, ainda estão sugando, ainda vivem as ardilosas Criaturas do Pântano.
É lá que devemos aspergir o formicida sem guaraná.
Pelo que leio, há um movimento soturno, tenebrosas transações para tirar Deltan Dallagnol do jogo de cartas marcadas. Forças terríveis e nada ocultas.
Conspiram contra a trinca supracitada, Bolsonaro e seus ministros. Claro, deram com seus semelhantes, os burros, n’água. Agora, o desespero quer os tubarões menores. Mas não passarão!
Não tem hacker de Araraquara nem da Tasmânia que vai mexer com meu grande timoneiro, Detran Dallagnol.
E no STF? Basta ver quem quer a cabeça do Reserva Moral da Lava Jato para juntarmo-nos ao cabo, dois soldados e o Jeep.
E ninguém precisa de grandes estudos para ver o óbvio. Se os petistas o odeiam, Deltan é meu amigo de fé e de infância, meu irmão camarada. Companheiro não, porque meu pai entrou na igreja de gravata e não de coleira!
Pela ótica lombrosiana, o cara já é simpatia, sangue bom e gente fina.
E é melhor eu parar por aqui, porque se um procurador da República, amigo do Homem, está correndo riscos estratosféricos, o que dizer de um cidadáo comum, bonitinho e ordinário como eu.
Tom Jobim, em seu último disco, “Antônio Brasileiro” (1994) tem uma linda música chamada “Pato Preto”. Deltan, desavisado, pode acabar preso por Gilmar Mendes, pelo crime de racismo, apenas porque nasceu em Pato Branco (PR)…
PS: Até pouco tempo, o Paraná era um estado sem muita expressão, um tipo de Espírito Santo ou Acre do Sul. Hoje é a terra de Curitiba & Al Capone, Deltan & Moro.
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Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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