28 de março de 2024
Lucia Sweet

Verdevaldo e o "seu" Pulitzer


Tem gente que não entende ou finge não entender que Verdevaldo nunca ganhou o prêmio Pulitzer, nem foi indicado para o prêmio. Dois jornais, The Washington Post e The Guardian US, receberam o conceituado prêmio em 2014 na categoria PUBLIC SERVICE. Não foi por reportagem nem por equipe, nem por jornalista. Foi por terem publicado a notícia do furto de documentos.
O ativista político extremista que finge ter um site jornalístico — que aliás está em nome de um filiado ao “PÊÇOL” , como pronunciam seus membros — quer fingir que o que faz agora é a mesma coisa que fez com Snowden. Só que não é.
Vou tentar explicar. Edward Joseph Snowden é um analista de sistemas que trabalhou para a CIA e roubou e expôs dados ultrassecretos do sistema de vigilância global da NSA, National Security Agency, e colocou em risco a vida de várias pessoas, pois esses programas da NSA preveniram ataques terroristas, tanto nos Estados Unidos como no exterior. Não há dúvidas quanto à veracidade dos documentos vazados neste caso nem da identidade do ladrão, que hoje mora na Rússia como asilado político.
Em Hong Kong Snowden encontrou-se com Verdevaldo e outras pessoas, a quem entregou as informações roubadas. O marido ou esposa de Glen Greenwald, David Miranda, tentou passar com parte dos documentos roubados pela Grã-Bretanha e foi preso pelo serviço de contraterrorismo inglês.
Acabou sendo solto porque disse estar fazendo um trabalho jornalístico e porque os documentos já tinham sido divulgados na ocasião. David Miranda hoje é o deputado do PSOL que herdou o cargo com a renúncia de aero Willys, e está sendo investigado pela PF a pedido do deputado José Medeiros, que desconfia de venda de mandato.
Não há paralelo entre o caso Snowden e o que o IntercePT fez no Brasil. Aqui as supostas mensagens vazadas foram roubadas por hackers contratados e pagos a peso de ouro, e não têm a veracidade comprovada. Há provas de que foram editadas, há até conversas com datas futuras que então ainda não ocorreram rsrsrs, há atribuições erradas de nomes, etc.
O ativista político Verdevaldo quer que a sua palavra seja aceita, mas como acreditar em receptador de um crime gravíssimo cometido contra as instituições brasileiras? O plano não passa de um conluio para soltar Lula e anular a Lava Jato, o que nunca acontecerá por causa desses vazamentos — que mesmo que fossem verdadeiros não inocentam o maior ladrão do Brasil, quiçá do mundo. Só no BNDES foram para o buraco MEIO TRILHÃO de reais. A metade do rombo que a reforma da Previdência precisa estancar em dez anos.
O plano tem tentáculos na imprensa, no poder judiciário e em partidos políticos. Last but not least, a OAB, agora presidida por outro militante político do PT, quer estender sobre o ativista político estrangeiro o manto da imunidade jornalística inexistente. Ele que não revele a “fonte” , ou seja, quem foi o criminoso, mas o Brasil exige saber quem encomendou e pagou pelo crime.

Lucia Sweet

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

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