28 de março de 2024
Joseph Agamol

Sérgio Moro e o sacrifício de Aslan

(Imagem de Michael Hague)

Hoje consegui, com muito esforço, assistir alguns trechos da sabatina do ministro Sérgio Moro aos deputados.
Digo que “com muito esforço” porque, em vários momentos, fui acometido por uma angústia, um desespero, um mal estar que foi se tornando físico – um aperto no peito, um descompasso no coração.
Tive que parar.
Ao ver os “nobres inquiridores” do ministro Moro, tive a sensação de estar diante de uma manifestação do Mal real –
não o mal metafísico, quase hipotético, descrito pela filosofia e religiões, mas a verdadeira essência do negativo, o contrário a toda forma de Bem, seja ela como se apresente.
Ao contemplar as faces dos “nobres inquiridores” do ministro Moro tive a sensação de estar diante de todo sentimento ruim, todo pecado, pensado e reproduzido pelos homens, em cada gesto, cada fala, cada esgar.
Ao olhar os rostos dos “nobres inquiridores” eu via a personificação do ódio, da inveja, do rancor, do ressentimento, da ira e da vingança, mais baixa, rasteira e venenosa.
O ministro Sérgio Moro não foi sabatinado.
Não foi “prestar esclarecimentos”.
Ele foi é submetido a uma violência, a uma tentativa de achaque e intimidação grosseira e vil.
Parei de assistir.
Mas uma cena de filme insistia em permanecer em minha mente.
O sacrifício do leão Aslan, em As Crônicas de Nárnia – quando ele se entrega voluntariamente e é cercado por todo tipo de criatura monstruosa e maligna da Feiticeira Branca.
Todas as criaturas monstruosas e malignas criadas pela imaginação de C.S. Lewis não são páreo para a nossa realidade.
Pobre Sérgio Moro.
Pobre Brasil.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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