28 de março de 2024
Veículos

Mercedes só fará veículos elétricos a partir de 2039

Mercedes Concept EQ

Não, os automóveis não vão acabar. Não pelo menos neste nosso século XXI. O que vai acabar são os carros movidos pelos chamados combustíveis fósseis (gasolina, diesel e gás natural). E, por tabela, até mesmo os que utilizam combustíveis renováveis – mas poluentes – também devem se tornar raros. O futuro da indústria automobilística está nos elétrons. E se até pouco tempo essa promessa (ou ameaça, dependendo do seu ponto de vista) soava como algo provável, mas distante e ainda impalpável, agora a coisa já está no papel, na forma de planos formais e até contratos. Ainda que o fim das reservas globais de petróleo não vá acontecer tão cedo quanto se chegou a prever (nos anos 1980, falava-se em escassez a partir da década de 2020), a própria indústria automobilística está começando a tomar a frente da transição dos motores térmicos para os elétricos, dos poluentes para os de emissão zero – como anunciou nesta segunda-feira, 13 de maio, a alemã Daimler AG, dona da Mercedes-Benz.

Linha VW Elétrica – projeções

A marca da estrela não foi a primeira. Antes dela, outras gigantes, como a também germânica Volkswagen (acima) a Volvo e a Ford, já haviam se comprometido publicamente a investir nessa transição. E países – como a Noruega e até mesmo a China – começam a adotar posições firmes nesse sentido, definindo políticas e prazos para que os combustíveis fósseis deixem de ser usados para alimentar os motores. Mais do que simples consciência e responsabilidade socioambiental, o principal motor (ops!) dessa que é a mais significativa mudança tecnológica nos automóveis desde seu surgimento, no final do século XIX é, como de hábito, o próprio mercado. Empurradas pelos efeitos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas, um número igualmente crescente de pessoas têm torcido o nariz para os carros tradicionais, que nos círculos mais radicais já é chamado de “o cigarro do século XXI”. Como boa parte dessa metáfora tem a ver com a fumaça, para a indústria automotiva, acabar com ela se tornou antes de tudo uma questão de sobrevivência, que pode ou não passar por uma geração transitória de modelos híbridos.
Daí a primeira frase deste texto: os carros não vão acabar, mas deverão se tornar todos elétricos dentro dos próximos 20 anos, com variações de prazo, para mais ou para menos, dependendo do país e de seu grau de desenvolvimento, independentemente da vontade política e dos interesses de seus governantes.

E não são somente os carros

Também este mês e também na Alemanha, foi inaugurada a “primeira estrada elétrica para caminhões”. Uso as aspas porque, na verdade, trata-se apenas de um trecho experimental de 5 km da Autobahn A5, que recebeu postes e cabos energizados, muito semelhantes aos usados para mover bondes e trens elétricos. Neles, caminhões híbridos se acoplam temporariamente para recarregarem suas baterias, sem a necessidade de parada. Não chega a ser uma tecnologia nova, como a recarga por indução com placas sob o asfalto que está em desenvolvimento em Israel e no Reino Unido, mas, por isso mesmo, já parte de um sistema conhecido e consagrado e que pode ser implantado em um prazo relativamente curto.

Caminhão elétrico

Se os caminhões elétricos menores, para uso urbano, já estão chegando ao mercado (inclusive aqui no Brasil), os de maior porte e que precisam cobrir distâncias maiores ainda estão um pouco atrás na fila. Mas pode ter certeza, essa fila já está andando, mais rápida e silenciosamente do que você pensa, tal qual um carro elétrico – que aliás, se serve de consolo, costuma ser bem divertido de dirigir.
Fonte: Blog Rebimboca

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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