28 de março de 2024
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Sociedade mimizenta

Brasília (DF), 9/04/19. Abraham Weintraub. Cerimônia de Posse do Ministro de Estado da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Sabe aquele amigo que chega e diz na lata: miga, essa saia não pega bem, põe outra roupa? Então, faltou um migo desse tipo ao ministro da educação, Abraham Weintraub, depois que ele gravou um vídeo explicando as notas baixas na universidade.
Tecnicamente, faltou um bom assessor de comunicação que o aconselhasse. E se ainda assim ele insistisse naquela peça patética, a recusa deveria constar em relatório. Um bom assessor entregaria a ele alternativas mais inteligentes e ponto.
Ele falou tudo, menos o essencial, ou seja, o fato de a USP ter vazado dados confidenciais. Pequenas vinganças de uma esquerda mofada e envelhecida, fazer o quê?
Então vamos ao que interessa: o corte de verba das universidades federais. Primeiro, vão se catar. São décadas de Festas de Babetes, ineficiência administrativa, muita corrupção e, salvo as honrosas exceções, falhas incorrigíveis do ponto de vista acadêmico, que vai da falta de aulas, grade curricular capenga e dezenas de et catervas.
Lembro-me de um episódio, que ocorreu há alguns anos, quando uma universidade quis abrir as portas a doações da iniciativa privada, coisa básica que acontece aos montes em países desenvolvidos. A proposta não vingou porque uma comissão achou afrontosa a possibilidade de haver plaquinhas em homenagem aos doadores.
À época cheguei a comentar o fato com um amigo estrangeiro e ele duvidou da minha história. Precisei mandar matérias que chancelavam a comédia.
Ora, por que cazzo a universidade tem que ser gratuita? Por que cazzo os pais abonados, muitos dos quais fariam de bom grado doações razoáveis às universidades, não podem pagar parte dos custos universitários? Claro que estudantes carentes têm que ter passe livre, e isso demanda laudos preparados com seriedade e respeito.
Por que cazzo as universidades não aceitam doações de muitos alunos que se formaram e gostariam de devolver à sociedade parte do que lhes foi concedido graças à formação acadêmica?
É mais fácil reclamar, falar bobagem, deixar a discussão na espuma. Alguém lembra do reitor de uma universidade que comprara um cesto de lixo para sua residência, com dinheiro da universidade, pela bagatela de R$ 6.000,00? Bobagem, né mesmo?
Alguém lembra do incêndio no Museu Nacional, mantido com verba da UFRJ? Lembra que pegou fogo por absoluta negligência e falta de manutenção? Ora, vão se catar e procurar as respostas com o reitor psolista.
Essa pureza hipócrita nos transformou num paizinho medíocre, com discursos medíocres, de gente medíocre. O atraso faz muito bem à gatunagem.

O Boletim

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