18 de abril de 2024
Walter Navarro

Mais perdido que cueca em suruba gay


O texto tratado a seguir, de Gabriel de Arruda Castro, da Caceta no Povo, perdão, Gazeta do Povo, desenterrou-me a música “Vale Tudo”, do Tim Maia.
“Vale, vale tudo. Vale, vale tudo. Vale o que vier, vale o que quiser. Só não vale dançar homem com homem, nem mulher com mulher. O resto vale”.
A letra da música não sai disso. Mas, numa gravação ao vivo, Tim Maia, acaba liberando geral. E aí, vale tudo, mesmo!
O texto lembrou-me também uma piada; o embate de sabres e espadas, na Sauna gay “Pau a Pau” ou “Spartacus”.
Desapertem os cintos, a cinta liga e tirem as crianças do Face: “Em universidade federal, doutorado sobre orgias gays tem “participação especial” de autor. Tese aprovada pela UFF (Universidade Federal Fluminense) traz termos chulos e imagens pornográficas”.
A tese (sic) de um tal Victor Hugo de Souza Barreto, do Departamento de Antropologia, estudou orgias homossexuais no Rio de Janeiro. Durante dois anos e meio, Victor frequentou quatro “festas de orgia” que acontecem regularmente na capital fluminense. O método escolhido por ele foi o de misturar-se aos frequentadores desses eventos.
Confesso que de vez em quando tenho vontade de participar de uma boa suruba. Eu e mais 69 mulheres!
O trabalho foi concluído no fim do ano passado. Durante a pesquisa, Victor teve uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para fazer “doutorado-sanduíche” no Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal.
Pausa! Muita pausa nesta hora!
CnPQP! O CNPq deu bolsa para tese sobre sanduíche de homem em Portugal!
Conhecem a do português na orgia?
Convidaram um português para uma suruba: Três horas da madrugada o português grita: “Calma porra, vamos organizar essa suruba! Já chupei três paus, já tomei no cu três vezes e ainda não fodi ninguém”.
E aquela outra? O cara liga pro amigo convidando para uma orgia. O amigo, excitado, topa e pergunta: “Ótimo! Quantos somos?”. E o outro: “Comigo, você e tua mulher já somos três…”.
Embora Victor afirme não ter mantido relações sexuais durante as visitas aos locais, vários trechos da tese descrevem o contato físico dele com outros homens durante as festas.
Em algumas das cenas descritas com franqueza (dureza, n.d.r.) por Victor Hugo, ele também mostra ter ido além da observação. Ele descreve de forma explícita uma relação sexual entre dois homens e prossegue: “Enquanto a ação se desenrolava, os dois alternavam olhares entre si e comigo e o rapaz ficava passando a mão pelo meu corpo”.
Assim caminha a Humanidade!
Chuuuuuuuuuuuuuuuuupa Darwin!
Sintam gostosinho a que nível chegou a educação, a pesquisa, no Brasil. Depois reclamam do Bolsonaro cortar os cursos de humanas!
Suruba gay! Onde mora a antropologia aí? Está mais para antropofagia entre iguais!
Sintam esta pérola na cara: “A proximidade era tão grande que, em uma das cenas descritas, o autor afirma que um homem ejaculou no rosto dele desadvertidamente”.
Agora sei onde o Jean Wyllys aprendeu a cuspir no Bolsonaro…
O autor justifica suas interações: “Ao que parece, o estudo da sexualidade obriga o pesquisador a ver ele próprio (e ser visto também) como ser sexuado, de desejo e produtor de desejo, uma subjetividade que é, de fato, colocada em jogo, como um agente que, de certa forma, precisa se colocar também ‘sexualmente’ em campo”.
“Se colocar”! É colocar e ser colocado!
Acompanhada por imagens das orgias, a tese usa linguajar chulo ao se referir aos órgãos sexuais e às modalidades de sexo praticadas. “Não se trata de uma naturalização, mas de que esses é que são os termos que operam as ações aqui”, diz ele, na obra.
“Obra”! Tá mais é pra Village People. Mão de obra de pedreiros bigodudos suados vestindo camisa xadrez!
“Percebo as festas de orgia como locais de intensa e conflituosa produção de subjetividade e construções muito próprias relativas ao princípio da masculinidade e de ser homem; de uma forma particular de socialidade e de estabelecimentos de vínculos interpessoais; e, claro, de pôr em prática experimentações sensoriais e corporais de performances relativas à putaria.”
Sem comentários!
Embora peculiar, o trabalho de Victor Hugo não é o primeiro do gênero. Um mestrando da Universidade Federal da Bahia, por exemplo, participou de encontros sexuais em um banheiro público de Salvador.
Nunca mais como acarajé!
Victor Hugo obteve não só a aprovação de seu projeto e uma bolsa de estudos do CNPq: conseguiu que seu trabalho fosse publicado em formato de livro pela editora da universidade. O nome da obra? “Vamos fazer uma sacanagem gostosa?”.
Sem preconceitos e pré conceitos, façam um esforço para adivinhar em quem Victor Hugo votou, em 2018.
E um dia, além de Doutor, ele será professor!
PS: Conservador e careta que sou, acho que o CNPq e a CAPES, deveriam financiar pesquisas um pouco mais úteis, por exemplo, a vacina contra o câncer ou a imbecilidade.

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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