20 de abril de 2024
Adriano de Aquino

Toffoli, o contraditório em uma só pessoa


Poetas, artistas, pensadores e toda gente inteligente e bem informada se aprimora como pessoa quando se coloca sensível à dúvida sobre seus conceitos e verdades.
A flexibilidade, que mantém a dinâmica da civilização ocidental, é um obstáculo ao fundamentalismo que induz à intolerância, ao arbítrio e ao autoritarismo.
Porém, mesmo com o largo espectro cultural do benefício da dúvida, tem pessoas emparedadas na prepotência. Essas pessoas são dadas a excessos terríveis. Se esses excessos atingem somente ela, o problema é de ordem pessoal.
Contudo, quando indivíduos desqualificados alçam cargos públicos, suas ações tendem a gerar grandes prejuízos sociais. Creio que a filosofia do direito deu grande relevância ao contraditório para conter, proteger e assegurar a opinião divergente e garantir a liberdade de expressão aos ataques de indivíduos como Toffoli.
Ontem, Toffoli, em um evento em São Paulo, disse:’Liberdade de expressão não pode servir à alimentação do ódio’. Ora, essa afirmação ‘contradiz’ com suas recentes decisões monocráticas.
Ao estabelecer, por motivo pessoal, os limites da liberdade de expressão, Toffoli agiu tocado pelo ódio contra uma publicação que colocava sua pessoa na delação do Marcelo Odebrecht.

Não foi movido pela razão ou pela ordem constitucional que Toffoli nomeou um inquisidor, mandou instalar um processo para investigar, multar, censurar e punir quem noticiou o fato.
A atitude do Toffoli lembra a de um rei medieval que, por puro ódio, mandou matar na audiência o embaixador que lhe trouxe uma má notícia.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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