19 de abril de 2024
Junia Turra

O Gato


Há 7 anos cinco gatinhos foram encontrados no fundo de uma toca num bosque. A mãe e os filhotes foram levados para a organização que acolhe os animais.
Não há animais de rua por aqui e todos tem que ser registrados e paga-se imposto anual para manter animal doméstico. E o imposto serve para checar as condições dos mesmos e manter órgãos que cuidam disso…
Dois dias depois algumas crianças ouviram miados no mesmo bosque e uma equipe de resgate achou no fundo daquela tal toca, mas no fundo do fundo , outros dois gatinhos.
Recebi um telefonema da instituição que cuida dos animais perguntando se eu poderia hospedar um dos filhotes por uma semana . Era um feriado havia poucos funcionários. Como eu havia adotado um gatinho anteriormente e me acharam em casa no feriado lá fui eu . Os dois filhotes tinham muito medo. Mas mostravam as.garras e os dentinhos afiados.
Gatos do mato…. Mesmo!
Trouxe pra casa um deles.
Um casal de estudantes levou o outro.
A semana inteira o filhote ficou em cima de um armário. Descia a noite para comer e usar a caixa de areia. Na noite anterior à devolução, o gatinho desceu do armário e depois veio deitar ao meu lado . Ao acordar e levantar no outro dia, pulou no meu ombro no melhor estilo papagaio de pirata…
Claro que não foi devolvido. Colocou chip e ficou com duas tatuagens nas orelhas por ser um animal que pertence à comunidade, gato do mato. Eu sou responsável, mas não é meu.
E… naquele dia, ao voltar pra casa, depois de tudo resolvido, ele ganhou um coelho de presente.
Desde então, todos os dias, o coelho recebe atenção e carinho. São amigos inseparáveis.
Aliás, somos amigos inseparáveis: eu , o coelho e “Flecki”, o gato do mato.

Junia Turra

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.

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