29 de março de 2024
Turismo

O vale dos templos em Agrigento

Resolvi hoje retomar o assunto “Sicília”, aproveitando a proximidade de minha viagem em setembro e outubro passados. Já escrevi aqui sobre Taormina e Ragusa, duas de minhas cidades favoritas na bela ilha italiana.
Devo ter dito num dos posts passados que a Sicília é surpreendente. E Agrigento não foge à regra: situada bem próxima à costa sudeste da ilha, com um parque arqueológico fantástico e próximo à praias inusitadas, o local vale muito a visita.

Mapa da Sicília: assim fica mais fácil localizar Agrigento, na costa sudoeste.
(Fonte: tes.com)

Agrigento foi fundada pelos gregos por volta de 582 a.C. que lhe deram o nome de Akragas. Durante o Império Romano passou a se chamar Agrigentum – pronto, resumindo muito a História, chegamos ao nome atual.
A cidade hoje possui cerca de 60 mil habitantes. Seu centro histórico tem como eixo principal a Via Atenea. Nela há muitas lojas, restaurantes e cafés.
É onde os locais se encontram e os turistas passeiam. Há também lindas igrejas e alguns belos prédios restaurados pela vizinhança da Atenea.
Mas o grande atrativo de Agrigento, é, na realidade, o Vale dos Templos (Valle dei Templi), que fica numa colina ao lado da cidade. Aliás, é curioso o nome de “vale” por estar numa colina. É um sítio arqueológico do tempo da colonização grega, declarado em 1997 Patrimônio Mundial pela Unesco.

É um dos maiores destaques turísticos da Sicília e um dos mais importantes sítios arqueológicos da Itália.
O sítio é composto por ruínas de 9 dos 10 templos dóricos construídos na época da colonização grega. E também necrópoles, santuários, obras hidráulicas realizadas pelos romanos séculos depois e um belíssimo jardim de oliveiras e limoeiros. Sem contar a vista que se tem da cidade de Agrigento e também do mar.

Vista linda do centro de Agrigento a partir do sítio arqueológico.
(Fonte: Mônica Sayão)
Entrada no Vale pela entrada próxima ao Templo de Juno. Impacto imediato!
(Fonte: Mônica Sayão)

É importante ressaltar que este conjunto de templos gregos sofreu com incêndio dos cartagineses no século a.C. Depois foi reconstruído pelos romanos, e na Idade Média, foi destruído pelos cristãos que não concordavam com a ideia de templos pagãos. Sem contar terremotos e outros eventos menos importantes. Mas há muito o que ver, mesmo assim.
Há dois portões de entrada no Vale dos Templos. Em ambos há bilheterias e estacionamento. Prefiro a entrada próxima ao Templo de Juno, que fica na parte mais alta, e assim a visita é feita em um suave declive.

Templo de Juno sob outro ângulo. (Fonte: Mônica Sayão)
Os templos do Vale são todos em estilo dórico, característico da época em que foram construídos.
(Fonte: Mônica Sayão)
Parte da necrópole do Vale dos Temples. (Fonte: Mônica Sayão)

O mais bem conservado templo do sítio arqueológico é o da Concórdia. Na realidade, ele é um dos mais bem preservados templos gregos do mundo.

Templo da Concórdia, o mais bem preservado do Vale dos Templos.
(Fonte: Mônica Sayão)
Arte em frente ao Templo da Concordia: imagem de Ícaro é moderna, feita por escultor polonês que fez,
em 2011, exposição com obras baseadas em mitos gregos. Amei!
(Fonte: Mônica Sayão)

Uma das áreas mais bacanas do Vale dos Templos é o Jardim da Kolymbetra, uma vasta área de oliveiras, limoeiros e laranjeiras, que dá um colorido todo especial ao lugar, e contrabalança a rigidez de tantas construções de pedra.

Esta foto mostra como o Vale dos Templos é, além da importância arqueológica, um lugar lindo e aprazível.
O Templo de Juno ao fundo e o início do jardim da Kolymbetra à esquerda. (Fonte: Mônica Sayão)
O jardim da Kolymbetra e a vista de Agrigento. Uma bela surpresa!
(Fonte: Mônica Sayão)

O Templo de Hércules foi parcialmente reconstruído graças ao arqueólogo inglês Alexander Hardcastle, que na década de 1920, investiu todos seus recursos nas escavações e recuperação do Vale dos Templos.

Templo de Hércules com suas 8 colunas reconstruídas graças a Alexander Hardcastle. (Fonte: Mônica Sayão)

Do templo de Zeus só sobraram ruínas mesmo, e uma estátua que encontra-se deitada. Foi um maiores templos da antiguidade, ocupando uma área de 6 mil metros quadrados. O templo foi construído como agradecimento a Zeus pela vitória do povo de Akragas sobre os invasores cartagineses em 480 a.C.

Aqui ficava o Templo de Zeus, do qual resta somente as fundações e algumas peças isoladas como este “atlas” deitado. (Fonte: Mônica Sayão)

E termino aqui com a última foto tirada ao final da visita. Para quem gosta da civilização grega e de belas paisagens, é um programa imperdível. Recomendo!

Minha última foto tirada no Vale dos Templos, ao final da visita.
(Fonte: Mônica Sayão)
Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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