18 de abril de 2024
Eliana de Morais

O (muito) lucrativo turismo de saúde

Medicina com lazer – O Turismo de saúde aposta que é possível
combinar as duas coisas e ainda economizar dinheiro

Texto de Fabio Steinberg
Países que apostaram no Turismo de Saúde para atrair estrangeiros atrás de tratamentos celebram resultados espetaculares
Há uma modalidade de turismo que está entre as que mais crescem no mundo. Trata-se do Turismo de Saúde. Por trás deste nome genérico um generoso guarda-chuva abriga não apenas a Medicina tradicional. Sob o conceito de saúde e bem-estar, desfila uma gama de tratamentos. Eles vão do estético ao relaxamento físico e espiritual, da busca da felicidade ao esoterismo.
O turismo médico está focado principalmente em tratamentos de consultórios ou hospitais de outro país. A rigor, já existe há décadas. Só que antes os moradores regiões menos desenvolvidas buscavam terapias nos centros médicos mais avançados. Recentemente, o processo se inverteu. Agora são cidadãos de países do primeiro mundo que procuram atendimento médico em destinos menos desenvolvidos, mas mais em conta. Como bônus, podem fazer também turismo antes de um procedimento, ou durante a fase de recuperação.

Doente delivery – Aviação internacional com baixos custos estreitou distâncias e viabilizou o Turismo da Saúde

Os dois interessados
Há dois grupos interessados neste tipo de viagem internacional. De um lado, são os que buscam serviços de qualidade, nem sempre disponíveis ou legalizados onde vivem. De outro, estão aqueles que correm atrás de menores custos e melhores prazos de atendimento para suas necessidades médicas.
Os tratamentos mais frequentes são dentários, cirurgias eletivas (não emergenciais), fertilidade, e cosméticas. Psiquiatria, medicina alternativa, ou convalescência também andam em plena ascensão.
Países desenvolvidos como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Japão, Canadá e França tendem a atrair pacientes interessados em procedimentos mais complexos e avançados. Já na Medicina convencional, a disputa se dá entre África do Sul, Tailândia, Malásia, Singapura, a maioria interessada em abocanhar o filão que até recentemente era explorado só pela Índia.

O aumento exponencial dos custos com saúde provocou forte concorrência entre países por tratamentos médicos

Muita gente imagina que estes tratamentos ocorrem em alguma clínica rudimentar, no meio da selva de um país do terceiro mundo. Puro preconceito. Hoje nestes destinos menos desenvolvidos há sofisticadas instalações médicas com tecnologia de ponta e serviços de alta qualidade.
Já o turismo de saúde e bem-estar é relativamente novo, mas que se expande de forma exponencial. Consiste em viagens que permitam se engajar em atividades saudáveis para quem está atrás do equilíbrio pessoal. Isto pode ocorrer em destinos exóticos, resorts, ou retiros, entre outros ambientes propícios.
Indústria em expansão
Não é para menos que países que participam do turismo de saúde promovam uma acirrada disputa entre si. Afinal, são 14 milhões de pessoas que cruzam as fronteiras internacionais todos os anos. Em cada viagem gastam em média 3.800 e 6.000 dólares – entre despesas médicas e bem-estar, transportes e hospedagem. O segmento se expande a invejáveis taxas anuais de 10%, em um mercado que já atingiu 500 bilhões de dólares. Projeções falam em receitas que devem alcançar três trilhões de dólares até 2025.

Para onde eu vou? – Mais países disputam turistas internacionais interessados em se tratar no Exterior

Os destinos mais populares para o turismo médico são Canadá, Cuba, Costa Rica, Equador, Índia, Israel, Jordânia, Malásia, México, Cingapura, Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, Turquia, e Estados Unidos.
Já para cirurgias cosméticas os viajantes preferem Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Turquia, Tailândia e Ucrânia, entre outros.
Do lado dos viajantes, os Estados Unidos lideram o campeonato mundial dos que buscam tratamento fora do país. Anualmente, gastam 200 bilhões de dólares no exterior, segundo o Global Wellness Institute. Atrás dos americanos, vem os alemães, que despendem U$ 60 bilhões em medicina no exterior, e os chineses, na casa dos U$ 30 bilhões.O
Brasil come mosca?
E o Brasil? Infelizmente não se encontra entre os países líderes no turismo médico. Ainda atua timidamente, com maior foco na cirurgia plástica.
É uma pena. Com excelente tecnologia médica, bons profissionais e instalações, com destaque para São Paulo, o Brasil tem tudo para ocupar espaço no segmento. E não se pode ignorar que, junto com os tratamentos, os visitantes internacionais do turismo de saúde consomem diárias de hotel, transportes, alimentação, tours, produtos e serviços.

Oportunidade perdida– Se o Brasil não correr atrás do nicho
do turismo da saúde vai perder mais este trem

* Extraído de matéria publicada na Revista Viagens S.A., agosto de 2018
Fonte: www.turismosemcensura.com.br

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