19 de abril de 2024
Vera Vaia

Cabeça vazia?


Quinta-feira, véspera de feriado, resolvi proclamar a minha própria independência dos afazeres domésticos, dos escritos semanais e toquei para a praia.
A intenção era esvaziar a cabeça, deixar igual àqueles speech-ballons branquinhos de quem não tem nada pra pensar. E eu não tinha mesmo! Nenhum assunto me motivava a escrever e me propus a apreciar a paisagem do caminho do mar. Mas daí vem o congestionamento e com ele, a manjada máxima “mente vazia, oficina do diabo”. Não resisti e acabei entrando nas redes sociais! Dei de cara com a notícia da facada que o candidato à presidência, Jair Bolsonaro, tinha acabado de levar uma facada enquanto fazia campanha em Juiz de Fora, lá nas Minas Gerais.
Que tiro foi esse, meodeos? Como isso pode acontecer nesse Brasil de gente tão civilizada?
Tá certo que o candidato tem feito mais inimigos do que amigos nas suas andanças por aí. Os números do IBOPE que mostram seu índice de rejeição (44%), estão aí pra provar que tem gente que não vai mesmo com suas fuças.
Eu, inclusive! Não gosto desse seu jeito tosco de tratar jornalistas ou qualquer outra pessoa que não concorde com suas ideias. Também não gosto da sua idolatria à Ditadura Militar e aos torturadores como o coronel Brilhante Ulstra, que fez do DOI-Codi seu parquinho de diversões, como também não confio em que ele possa vir a fazer um bom governo contando com o ovo no koo da galinha do Paulo Guedes, a quem ele entrega o país, de olhos vendados.
Difícil acreditar nas promessas de alguém que fez da política profissão (altamente lucrativa, diga-se), sem sequer ter se empenhado em apresentar ideias que pudessem ter alguma relevância para o bem estar dos brasileiros ou mesmo colaborar para que se aprovasse alguma. Vide seu voto contra a PEC das domésticas, que as colocavam em situação de igualdade com outros empregados que usufruem de direitos básicos, como 13° salário, férias acrescidas de 33% de abono, FGTS, jornada de oito horas de trabalho diárias, horas extras e outros benefícios que seu Jair não julgava importantes.
Mas,enfim, nada disso justificaria uma facada no seu abdômen. Sou contra qualquer tipo de violência, contra quem quer que seja. Como exemplo, uso a contratação do volante Felipe Melo pelo meu time. Não gosto de jogador que joga sujo, mas nem por isso saí esfaqueando sua barriga. Acho que existem outros meios de, pelo menos, tentarmos ficar um pouco mais longe da idade da pedra.
Esse caso, porém, prova que ainda estamos lá! Tanto pelo lado do criminoso, quanto pelas manifestações que vieram em seguida.
Notícias desencontradas chegavam pelos sites, e pelos twitteiros.
Simpatizantes de um lado, espalhando que Bolsonaro estava à beira da morte, que teve fígado e pulmão perfurados, que desmaiou, e que a oposição tinha culpa no cartório, e tal. Antipatizantes do outro lado, achando que talvez seus asseclas estivessem aumentando a gravidade dos fatos, para tirarem algum proveito.
Agora a polícia investiga se o atentado teve alguma conotação política.
Indagado sobre quem teria “encomendado” o crime, o autor da facada Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, respondeu: “Foi Deus”!
Mas como, felizmente, entre mortos e feridos, salvaram-se todos, agora vou me concentrar na notícia dada por Maria Júlia Coutinho: vai dar praia nesse fim de semana! 😎

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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