Naqueles tempos, não havia ABS – o sistema que impede as rodas travarem durante freadas mais fortes. Neste comercial do Fiat 147, então lançado havia pouco tempo no mercado brasileiro, a marca ressaltava a tecnologia do carro, realmente mais avançado que a imensa maioria dos concorrentes daqueles meados dos 1970s. A batalha por um lugar ao sol, quer dizer, nas ruas, não foi fácil.
Havia preconceito com a novidade, temor por parte dos mecânicos independentes em relação a inovações como o motor e câmbio transversais (que eles não dominavam), questionamentos (infundados, acho eu) em relação à qualidade e críticas a características como a troca de marchas imprecisa (essa, com razão) e até à posição do voante, mais horizontal do que estávamos habituados por aqui. Para vencer esse preconceito, várias campanhas publicitárias criativas foram utilizadas. Nelas, a ideia era mostrar as qualidades e a confiabilidade do carro, como nessas duas abaixo:
O fato é que o 147, uma versão abrasileirada do 127 italiano, esbanjava estabilidade, era econômico, tinha um espaço interno surpreendente para seu tamanho (o porta-malas era generoso) e era gostoso de dirigir, principalmente nas descidas de serra, rs.
Custou, mas caiu no gosto popular e rendeu desdobramentos – a perua Panorama, o três volumes Oggi, a versão picape curta – e, depois, a mais longa, FIorino, aberta e furgão.
A conquista definitiva do mercado brasileiro pela Fiat só aconteceria a partir da década seguinte, com o lançamento da linha Uno. Mas isso é assunto para um outro post.
Fonte: Blog Rebimboca
Jornalista, blogueiro e motorista amador.