19 de abril de 2024
Walter Navarro

Ora (direis) ouvir gemer estrelas!


O deputado estadual Manoel Isidório de Santana (PT), 43, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia para fazer um discurso contra o toque retal, utilizado pelos médicos no exame de próstata. Sargento Isidório, disse que ficou traumatizado com o exame: “Até agora estou vendo estrelas, graças à virulência do médico”.
Ora (direis) ouvir gemer estrelas!
Uma história tétrica e do peru, publicada em 30 de março de 2005. Mesmo sendo um caso de horror e pimenta, ri muito com o Isidório!
Ri muito do Isidório!
Aconteceu no dia em que Salvador completou 456 anos. Fortes chuvas provocaram a morte de duas pessoas. O que tem nada a ver com o tema de hoje.
Não é implicância minha com o PT, partido do maior FDP do Brasil, Lula! O deputado estadual Manoel Isidório de Santana (PT), 43, ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia para fazer um discurso contra o toque retal, utilizado pelos médicos no exame de próstata.
Preparados? Sentiram o clima? Lembram do caso?
Sargento Isidório, disse que ficou traumatizado com o exame: “Até agora estou vendo estrelas, graças à virulência do médico”.
E eu ri do Isidório!
O pra lamentar, melhor, o parlamentar folclórico – comparece às sessões com um botijão de gás, cujo preço prometeu baixar – Sargento Isidório continuou o relato de seu calvário estelar: “Pensava que era de uma outra maneira. Mas, da maneira que o médico me tratou, a maneira que foi introduzido aquele dedo, foi horrível. Quase que desmaio, não aceito”, saí de lá com o olho cheio de vaga-lume”.
Pausa, please! O cara é sargento! Liderou greves! Queria outra maneira? Exame de próstata com trilha sonora de Barry White? Luzes, globo de cristal girando? Vinhos e rosas? Champagne? Pinceladas de azul de metileno? Beijinhos antes, durante e depois?
“Aquele dedo”…. O médico era “petequeiro”? Dedo ingrato, nem disse “Eu te amo depois”…
“Olho cheio de vaga-lume…”! Misericórdia!
E eu rindo do Isidório!
Sargento Isidório ainda disse que o exame feito em “pessoas menos esclarecidas” é pior. “Se faz isso com um deputado, imagine com pessoas que não têm esclarecimento. Imagine com um sem-terra, com um desempregado”.
Só rindo!
Pessoas sem esclarecimento, sem terra, desempregados, já estão acostumados, tomam no cu diariamente! Eles e 99% da população. Tomam na bunda e pelo jeito gostam, visto que a maioria, neste 2018, ainda votaria em Lula e no PT… Foda é quem não gosta de PT e do Lula e, mesmo assim, vê cactos, abacaxis, estrelas cadentes, cometas e emoções entrando e saindo.
Pasmem! O deputado fez questão de mostrar com gestos e gritos como foi o seu exame: “O médico chegou e foi colocando o dedo. É angustiante para um pai de família, principalmente com a minha idade, passar por isso” (…) A ciência está aí querendo fazer até gente igual, criando tudo que é coisa. Tem de haver outros métodos.”
O deputado petista voltou à tribuna para dizer que foi “enganado” pelo médico. “Jamais vou aceitar uma coisa dessa”.
O colega e gaiato deputado, João Bonfim, (sem partido), perguntou a Isidório se foi mesmo o dedo que o médico usou para realizar o exame…
E como eu ria do Isidório!
Não devemos rir da desgraça alheia. Mesmo porque, pimenta no Isidório dos outros é refresco!
Por que me lembrei-me-me-me deste lindo conto de Natal, em plena Páscoa deste fim de 2017, começo de 2018?
Porque, de tanto rir do Isidório, há quase 13 anos, número do PT, acabei pagando a língua, não necessariamente com a língua. Muito pelo contrário. Paguei com outra anatomia deste corpinho pelo qual “as mina pira”!
Não vou dar detalhes porque só dói quando eu rio, choro ou fico quieto. Mas, perguntem ao meu proctologista, Dr. Celso. Perguntem ao meu urologista, Dr. Rafael…
Eu ri das estrelas de Olavo Bilac, nas profundezas do Isidório. Mas, pior que ver e ouvir estrelas, foi servir de campo de batalha para Guerra nas Estrelas.
PS: Agora, tudo bem, mas, sinceramente, não estou pronto para outra!

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *