28 de março de 2024
O Boletim Turismo

Cascais, um lugar pra chamar de seu… ou de meu! (parte 1)

Lá venho eu de novo com parte 1 e 2 nos meus textos. Sou uma entusiasta dos lugares que conheço e gosto, então caro leitor, peço sua paciência!

Pelo título desta coluna, você já sabe o que penso de Cascais. Pois é, acabei de voltar de mais uma temporada por lá. Desta vez foram 3 semanas. Sorte a minha!

Praia no coração da Cascais histórica. (Fonte: Mônica Sayão)

Parece que não sou a única a ser encantada com o lugar: a cada ano mais franceses, alemães, chineses e brasileiros estão circulando pela cidade. Outros tantos estão simplesmente se mudando para lá, em busca de melhor qualidade de vida e de invernos europeus mais amenos.
Mas por que Cascais faz tanto sucesso? É cidade pequena (209 mil habitantes), muito segura e tranquila. Possui uma linda orla de mar bem azul, com trechos de areia e outros de falésias. Parece cidade de interior, apesar de ter restaurantes e hotéis muito sofisticados.
Isso tudo a 25km (20min de carro) de Lisboa! O que significa que você está no paraíso e ainda ao lado de uma capital repleta de atrativos e também do aeroporto para escolher qualquer destino europeu, nem que seja para um fim de semana. Vida difícil!…

Baía de Cascais, com Estoril ao fundo. (Fonte: Mônica Sayão)
Almoço no restaurante do Hotel Albatroz, bem no centro de Cascais.
Vista imperdível! (Fonte: Mônica Sayão)

1- Um pouco da história:

Até meados do século XIX, Cascais era um vilarejo de pescadores sem maior importância, quando o rei Dom Luís I resolveu construir ali sua residência de verão. Não é difícil imaginar a Corte correndo para construir suas próprias casas próximas à do rei – verdadeiros palacetes, com jardins magníficos e decoração apurada. Assim Cascais foi descoberta como destino diferenciado não só em Portugal, como na Europa.

Durante a Segunda Grande Guerra, Cascais foi refúgio para reis que escapavam do conflito. Alguns se exilaram lá, como Humberto II, o último rei da Itália. Estoril, logo ao lado de Cascais, com seu cassino e lindo jardim à beira-mar, também teve décadas de glória, sendo destino de jet-setters internacionais.
Não só nobres e aristocratas tiveram casas em Cascais e Estoril, mas também figuras do meio literário e intelectuais, que foram atraídos para a região, como Eça de Queirós.

A nobreza portuguesa construiu verdadeiros palacetes em Cascais, seguindo o rei Luís I, que alí passou a veranear. (Fonte: Mônica Sayão)
Casas antigas e suas fachadas com detalhes primorosos. (Fonte: Mônica Sayão)
O palacete, hoje museu dos Condes de Castro Guimarães, também do século 19.
(Fonte: Mônica Sayão)

E assim a vila confirmou sua vocação de lugar diferenciado, sofisticado, que se mantém até hoje.

Mapa da parte central de Cascais. (Fonte: viajar.clix.pt)

2 – Um pouco do centro histórico:
Não resisto a um mapinha! Acho sempre bom a gente se localizar. Vamos lá: o mapa acima mostra o que é o centro histórico. A região engloba a Cidadela, chegando até o Museu Castro Guimarães, a Igreja Matriz, a Igreja dos Navegantes até a Igreja da Misericórdia. Tem que procurar no mapa…
O centro histórico é um charme só! Há várias ruas de pedestres e pracinhas entre elas. Tudo muito bucólico. É caminhar e fazer descobertas. Ali é o “bochicho”. As fotos abaixo ilustram o que você vai encontrar.

Uma das principais ruas de comércio e restaurantes de Cascais. (Fonte: Mônica Sayão)
Praça em frente à praia principal de Cascais, onde também está a prefeitura.
(Fonte: Mônica Sayão)
Pracinhas inesperadas nos cruzamentos de ruas de pedestres.
(Fonte: Ana Paula Sayão)
Os recantos se sucedem. E a gente vai descobrindo lojinhas e restaurantes bem simpáticos. (Fonte: Mônica Sayão)
Há preciosidades pelo caminho. (Fonte: Mônica Sayão)
Tudo muito florido e limpo. (Fonte: Ana Paula Sayão)

A parte residencial do centro histórico é meio escondida, bom para quem mora lá. Fica tão próxima do “bochicho”, e tão bem guardada! Precisei de algumas idas a Cascais para conhecer este recanto.

Segredo guardado dos turistas… pelo menos até agora! (Fonte: Mônica Sayão)
Adorei me perder pelas ruelas… (Fonte: Mônica Sayão)
E ninguém nas ruas… Até o presidente de Portugal mora aqui numa dessas casas, sabiam? Eu gostaria de ter descoberto qual. Sem segurança, sem isolamento de rua, nada!  (Fonte: Mônica Sayão)
E, de repente, uma pracinha linda! (Fonte: Mônica Sayão)
Delícia de vizinhança! (Fonte: Mônica Sayão)

A Cidadela, ou Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, localiza-se bem próxima da região residencial acima. Construída em etapas entre os séculos 15 e 17, para proteger a entrada do rio Tejo e afastar inimigos de Lisboa, foi o local escolhido pelo rei Dom Luís I para construir sua residência de veraneio em 1870. Foi lá, inclusive, que ele veio a falecer.
O Palácio Real foi, também, residência de verão de vários presidentes de Portugal, após a proclamação da república em 1910. Hoje é um museu, dentro da fortaleza, aberto à visitação pública e que mostra vários cômodos, inclusive o quarto do rei. É bom checar horário de visitação, que não é tão extenso.

A Cidadela (fortaleza) é rodeada por um bonito jardim. (Fonte: Mônica Sayão)
Entrada da Cidadela com a Pousada ao fundo. (Fonte: Mônica Sayão)

Dentro da Cidadela existe também a Pousada de Cascais, hotel muito bom da rede Pestana, inaugurada há poucos anos. Há também um restaurante super simpático e bem decorado e algumas lojinhas de artesãos portugueses. É um belo programa a ser feito.

Taberna da Praça, dentro do pátio interno da Cidadela, é uma ótima opção para um almoço ou uns petiscos. (Fonte: Mônica Sayão)
O Palácio da Cidadela (construção amarela) era o Palácio do rei Dom Luis I, e hoje é aberto à visitação. Ao lado, a Capela de Nossa Senhora da Vitória, construída na segunda metade do século 18. (Fonte: Mônica Sayão)
O Palácio Real se “encaixa” dentro dos muros da Cidadela. (Fonte: Mônica Sayão)

Cascais já parece bom o suficiente, que mereça uma visita, certo? Mas tem mais, muito mais. Tem uma costa linda que vai do centro histórico até a Praia do Guincho, de beleza intocada, e com excelente pista para pedestres e bicicletas ao longo dela, e asfalto perfeito para os automóveis.
Podemos começar pela marina de Cascais, e logo depois o Farol de Santa Marta, que ficam ao lado da Cidadela. É isto mesmo, estou passeando com o leitor em ordem geográfica, se você me entende.

Marina de Cascais: ao pé da Cidadela. (Fonte: Mônica Sayão)
Farol de Santa Marta, ao lado da marina. (Fonte: Mônica Sayão)

Do Farol em diante, no sentido norte, há uma extensa sequência de falésias. Não as maiores do mundo, mas certamente muito bonitas. Bom lugar para observá-las é na Boca do Inferno – e vá com sua câmera, as fotos tiradas dali são especiais.

Boca do Inferno: visual maravilhoso! (Fonte: Mônica Sayão)
Boca do Inferno: não me canso de ir lá … (Fonte: Mônica Sayão)

Uma dica sobre a Boca do Inferno é fazer uma parada no restaurante Mar do Inferno, bem ao lado. A comida é sensacional – peixes e mariscos super frescos e deliciosos. A vista também não deixa a desejar, eu diria.

Restaurante Mar do Inferno: vista e pratos sensacionais!
(Fonte: Mônica Sayão)
Uma entrada de camarões ao alho e óleo, de comer rezando!
(Fonte: Mônica Sayão)
Peixe, camarões de vários tipos, lagostim, muito azeite… tudo isso com um tempero
dos deuses. Não gosto nem de me lembrar! (Fonte: Mônica Sayão)

Acho que está na hora de pararmos para fazermos a digestão. Foi com o pôr do sol abaixo que fiz exatamente isto, após lauto almoço.

Pôr do sol na Boca do Inferno: ótima maneira de terminar o dia!
(Fonte: Mônica Sayão)

No próximo post, continuarei nosso tour por Cascais. Seguiremos até Cabo da Roca e Azenhas do Mar, sempre pela costa.
Até breve!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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