26 de abril de 2024
Editorial

Desse susto o Brasil não morrerá

Foto: Arquivo Google

De quase todos os nomeados por Temer para ministérios ou cargos do primeiro escalão, poucos não têm ou não tiveram problemas com a Justiça. Ou a Abin não está fazendo seu papel (checar a vida pregressa dos indicados), ou Temer não dá a mínima para o prontuário dos escolhidos. Ou, pior: não existe um político sem mácula no passado. Assim, só nos resta não votar em quem foi indiciado ou que tenha qualquer condenação, seja administrativa, penal, ou dos órgãos superiores de controle.
O presidente da República tem o dever de estar muito atento aos seus atos e às suas ações, uma vez que ele é o representante de milhões de brasileiros. Suas nomeações têm que ser checadas. Há que passar pelo crivo de órgãos de regulação e fiscalização. O açodamento não pode ter espaço, sobretudo, em nomeações ministeriais. Cuidados tão básicos relevados à insignificância levam a resultados desastrosos, e revelam despreparo para o cargo. Como é o caso da mais recente nomeação para um Ministério da importância como o do Trabalho. Certamente somos vítimas de lamento nacional e piada internacional.
Temer troca seus ministros com a mesma desenvoltura de quem muda os móveis de lugar. Mas tanto faz se tal ou qual nulidade corrupta e incompetente irá ocupar essa ou aquela pasta; o resultado será o mesmo. O único papel que o governo Temer espera de seus ministros é que mantenham os esquemas em suas respectivas pastas e, principalmente, que votem a favor da Reforma Previdenciária. Lembram-se da frase? “Tem que manter isso, viu”? Esta pérola foi dita por Temer na conversa com Joesley Batista da JBS…
Cristiane Brasil foi escolhida ministra do Trabalho para alegrar seu pai, Roberto Jefferson, delator do mensalão, que agora se considera resgatado de suas picaretagens. E confirmou o apoio de seu partido à reforma da Previdência. A ministra nomeada, pasmem, violou a legislação trabalhista, foi condenada e contratou uma assessora para pagar suas dívidas com a Justiça Trabalhista!
É isso mesmo: a nova ministra do Trabalho responde a dois processos na… Justiça do Trabalho! Em um deles já foi condenada! Em outro fez acordo, naturalmente porque sabia que também seria condenada.
Um corpo ministerial composto por cidadãos íntegros e competentes poderia mudar a vida do país para melhor, mas desse susto, certamente, o Brasil não morrerá.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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