28 de março de 2024
Editorial

O "reformão" da Previdência

Foto: Arquivo Google

Desculpem. Sei que já falei deste assunto, mas ainda não consegui me livrar dele, nem o Congresso, logo, vou voltar a ele.
Velhas raposas da política, que há décadas se esbaldam no poder e deixam a população à mercê da sorte, fazem negociatas para que a reforma da Previdência aconteça. São homens que, por estarem envolvidos em denúncias de corrupção, não deveriam estar à frente de um projeto tão sério. Antes de fazer a reforma, por que não cobrar os R$ 426 bilhões devidos por empresas ao INSS? Seria uma boa providência. Essa história de “igualdade para todos e combater privilégios” é balela. Eles querem é mais e quem paga a conta é o povo.
Reforma da Previdência implicaria mudança radical. Um político aceitaria ser remunerado como um trabalhador? Um juiz abriria mão dos inúmeros privilégios quando os proventos ultrapassassem R$ 33.700? Se a Previdência voltasse a ser superavitária, certamente desviariam recursos, como fizeram no passado. Todo o dinheiro recolhido à Previdência em benefício do brasileiro que colaborou por anos para ter uma aposentadoria digna teria gerado, certamente, os aposentados mais bem remunerados do planeta Terra!
Vergonhosas as manobras do governo para votar a famigerada reforma da Previdência Não há verba para a Saúde, cujos hospitais federais estão com atendimento prejudicado por falta de pessoal especializado e de medicamentos, mas há bilhões para emendas de parlamentares. Não há a menor dúvida que é falaciosa a situação financeira da Previdência. É fundamental que se cobrem dívidas de grandes empresas. Logo, a receita será bem maior do que a proposta na reforma, que só atingirá e prejudicará uma parcela da população já sobrecarregada com imposto.
A todo instante observamos o governo despejar propagandas sobre a reforma da Previdência. Lemos que esta tem como objetivo principal alterar a idade e igualar os valores pagos para servidores públicos e iniciativa privada. Apesar de todo o esforço, não notamos informações claras sobre como se dará essa equiparação pública/privada. Fica a pergunta: políticos, magistrados, procuradores, conselheiros do TCE, promotores etc. também receberão de aposentadoria o teto do INSS de pouco mais de cinco mil reais?

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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