28 de março de 2024
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A desumanidade…

Foto: Observador

Um massacre muito maior, que comoveu muito menos. Tivesse isso acontecido uns 30 e poucos anos atrás, com a precariedade do telex (sim, eu vi isso numa redação), poderíamos ter dito que não soubemos. Je suis profundamente impotente e muito desanimada com essa tal de humanidade.
Comentário lúcido, abaixo, do Alex Branco
Na mesma semana em que os desajustados jihadistas mataram jornalistas, policiais e reféns em Paris, os celerados do Boko Haram trucidavam 2 mil pessoas na Nigéria.
O episódio chama a atenção por dois motivos: primeiro, por não ter merecido a devida divulgação (em que pese Paris estar no centro do mundo). As publicações internacionais (para não falar nas brasileiras) relegaram a informação aos pés de páginas. Em segundo lugar, porque a ação deste grupo não pode ser vinculada à superficialidade da tese segundo a qual as supostas “raízes” dos atentados terroristas, que estariam fincadas no colonialismo ocidental.
É claro que o processo de dominação dos países do Ocidente provocou justificadas revoltas e indignações, mas daí a atribuir as ações extremistas unicamente à “revanche” das populações islâmicas é incorrer em reducionismo. No mês passado, o Taleban matou 126 estudantes no Paquistão, pelo simples fato de serem… escolares(!) (Os alunos não eram, obviamente, de ascendência ocidental).
Na Etiópia e na Somália, os militantes do grupo islâmico Al Shabaab, trucidaram e trucidam milhares de compatriotas que não rezam pela cartilha da Sharia.
No Sudão, os embates entre muçulmanos e a milícia Janjawid, predominantemente árabe negra, provocou a morte de 400 mil pessoas (!) em 2003 e criou uma horda de 1,5 milhão de refugiados.

De outra parte, é preciso notar que países igualmente colonizados — como Índia, China e outras nações asiáticas e mesmo americanas, não recorrem ao expediente do terrorismo. O buraco, como se vê, é mais em baixo. E tem tudo a ver com a manifesta disposição bélica dos jihadistas — que não devem ser confundidos com os muçulmanos…
Fonte: Observador

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