18 de abril de 2024
Yvonne Dimanche

Histórias de vida


Não sei por qual motivo, mas hoje me lembrei do Tutuca, o caçula de 21 filhos, TODOS HOMENS. Tutuca só teve filhos e netos HOMENS, ou seja, uma família rica em cromossomos Y. Ele tinha paixão pela minha filha. Lógico, já estava de saco cheio de meninos.
Certa vez, em um delicioso bate-papo, como era de hábito, ele comentou que os seus pais eram solteiros e nunca se casaram. Isso no início do século passado.
Esqueci de dizer que Tutuca era coroa.
Certa vez houve necessidade dos pais deles provarem alguma coisa na justiça que eram amigados (isso antes das leis que protegem os casais não casados). O pai dele riu e perguntou se 21 filhos não seria a prova maior, rsrsrs.
Mas não é sobre isso que quero comentar. Quando o pai foi morar com a mãe dele, na primeira noite antes mesmo de fazer sexo pela primeira vez, ele chegou em casa com uma criança e disse (palavras minhas): “esse filho é meu e eu quero que você cuide dele como se fosse seu. É pegar ou largar.”
A mulher aceitou e tratou a criança como filho. Depois teve mais vinte. Que ser humano! Hoje em dia as feministas a atacariam por ser babaca, mas ela soube ser gente.
Até que ela morreu. Na hora do enterro lá estava toda a família. Choradeira aqui, choradeira lá, até que um filho resolveu ter um ataque e se atirou em cima do caixão. Dou um doce para quem adivinhar quem fez isso. Se você achou que foi o único filho que não era dela acertou.
Amigos, a vida é ou não é interessante?

O Boletim

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