28 de março de 2024
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Semana difícil

Não escreverei sobre o atentado de Barcelona. Não posso, não quero. Emocionei-me tanto com o que vi na televisão que, se tentar escrever alguma coisa, começarei a chorar. O mundo não pode estar tão horrível, pessoas tão cruéis não deveriam existir. Não tenho palavras para comentar a tragédia de Las Ramblas.
Também não quero falar sobre o seu Gilmar Mendes – reservo-me o direito de não tratá-lo nem de doutor, nem de ministro. Gilmar Mendes é um erro da natureza. Tinha escrito outra coisa, mas achei pesado demais. Prefiro pegar mais leve. Mas, expliquem-me: como um elemento daqueles foi parar no Supremo Tribunal Federal? Dá para continuar acreditando no Brasil?
Evitarei comentários sobre a nova Miss Brasil. Comentei com algumas amigas que achava o resultado injusto – a representante do Rio Grande do Sul era mais bonita – e quase fui linchada. Acusaram-me de racista. Logo eu, bisneta de índia bororó. Ainda aproveitaram a ocasião para me rotularem de preconceituosa com os nordestinos. Senti canseira, desisti de me defender. Como as pessoas estão chatas e medíocres, meu Deus. É só sairmos da bíblia do politicamente correto que a patrulha ideológica começa. Acontece que ainda me dou ao desfrute de ter opinião e acho a Miss Rio Grande do Sul muito mais bonita. Pronto, falei novamente. E falarei sempre que me der vontade. Xô, gente chata.
Acaba que estou mesmo sem assunto. Restrita à coitadinha da menina que nasceu ontem, na Carolina do Sul, e recebeu o nome de Eclipse. Ainda bem que não ocorreu um terremoto ou um tsunami no dia em que ela veio ao mundo, já pensaram?

Também soube ontem que a JBS, – sim, a famosa, a do Joeley – declarou que, até 2020, deixará de comprar ovos de galinhas criadas em aviários. Só usará e revenderá ovos de galinhas naturebas, que crescem soltas no terreiro, ciscando e comendo minhocas. Imediatamente, lembrei-me de uma viagem que fiz há mais de 20 anos, Nas estradas holandesas deparei-me com cartazes nas estradas mostrando galinhas atrás das grades, pedindo, com olhar súplice, para serem libertadas. Acompanhada de holandeses, preferi nada comentar. Mas pensei que, soltas as galinhas, o Terceiro Mundo nunca mais comeria omeletes. Ou será que alguém acredita que há minhocas suficientes no planeta para alimentar galináceas poedeiras capazes de saciar as necessidades de sei lá quantos bilhões de terráqueos? É ruim, hein? Ovo vai virar caviar. Aliás, já é. De espécies diferentes, mas é. Só que, agora, segundo a JBS, a partir de 2020, ambas ficarão na mesma faixa de preço. Seu Joesley é tão cara de pau que anuncia a formação de um cartel com três anos de antecedência.
É isso, aguardemos a nova semana. Que já começou meio assustadora. Mr. Trump avisou ontem à noite , na Virginia, que os Estados Unidos não avisarão quando irão atacar. Mas atacarão porque o atual propósito norte-americano é “matar terroristas”.
Despeço-me, saudosamente, vou me mudar para um bunker onde criarei as minhas próprias galinhas, não assistirei televisão e estarei mais protegida quando Trump e Joesley explodirem o mundo.

O Boletim

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