29 de março de 2024
Editorial

A reforma política por um puxadinho

Foto: Arquivo Google

Outubro se aproxima e a reforma política em gestação no Congresso, como já esperado, não atenderá aos anseios da sociedade. A cláusula de barreira que pretendem aprovar não terá eficácia contra proliferação de partidos de aluguel; há que se banir as coligações partidárias; esse fundo para financiamento de campanha é uma excrescência; não se abordou a fidelidade partidária, fora outras falhas.
É notório o descontentamento da população com o atual nível da politicagem brasileira; politiqueiros sem o mínimo de ética e vergonha buscam, com as pretensas reformas, apenas aumentar suas já imorais vantagens. Falam, também, em nova Constituinte. Já não chega o mal que estão fazendo? A grande verdade é a seguinte: reforma política e Constituinte são coisas muito sérias para serem efetuadas por políticos, ou, em nosso caso, por politiqueiros.
Com a aprovação, na Comissão da Câmara, do distritão e o financiamento público de campanha, os que não representam aqueles que votaram neles desfecham um tapa na cara dos brasileiros, que esperavam efetivamente uma reforma e não esse arranjo para benefício próprio. Até onde vai a cara de pau dos políticos? Não há para onde fugir: temos que renovar 100% das duas Casas do Congresso em 2018. Caso contrário, o povo brasileiro continuará a chafurdar na própria lama!
Os integrantes desta Comissão são os mercenários de plantão permanente. A reforma política em curso não passa de “puxadinho” visando a dificultar a necessária renovação parlamentar. Os políticos continuam vivendo em outro país, às nossas custas, legislando em causa própria e em total dicotomia com a realidade brasileira. Se pelo menos o distritão fosse policial, para abrigar a maioria deles, teria a nossa aprovação.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *