28 de março de 2024
Editorial

O PT e o PMDB saem inocentados; o TSE, desacreditado; e o Brasil, mais urna vez, enganado

Foto: Arquivo Google

Perdeu o TSE oportunidade histórica de ajudar a passar o Brasil a limpo. Negar as evidências, e até as robustas provas, de corrupção na eleição da chapa Dilma-Temer é tapar o sol com a peneira. Desonroso o tribunal que se verga aos poderosos de plantão, e foi isso o que o TSE fez! O magnífico trabalho do ministro Herman Benjamin foi desconsiderado pelos outro quatro juízes que, mais parecendo advogados da chapa atacada, não acolheram o seu voto.
O eminente ministro Herman Benjamin, ao concluir seu voto favoravelmente à cassação da chapa Dilma-Temer, desabafou: “Recuso o papel de coveiro de ‘prova viva’. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”.
É a primeira vez que réus são absolvidos por excesso de provas. Gilmar Mendes e os outros três coveiros terão que conviver com isso para o resto de suas vidas. Essa conta será paga com a exumação dos ossos dos culpados, no momento que forem julgados em outras instâncias, já que seus pecados são enormes demais. Segue o funeral, pois a Justiça brasileira está do outro lado, infelizmente…
Não dá para levar a sério um tribunal onde ministros (o que conforta um pouco é que não são todos) pedem para não serem consideradas as provas de um crime. Chega a ser brincadeira com o povo brasileiro! Não precisa ser advogado nem ministro para saber: se há prova, há crime! Inevitável não imaginar que eles tinham muito a perder caso a chapa fosse cassada…
Gilmar Mendes, o seu voto de Minerva foi patético! Aos berros e de forma professoral e artística, contestou os fatos. Defendeu, com veemência, o mandato do presidente e alegou, vejam só, ser contra a corrupção, não cassando o mandato de Temer. Seria cômico se não fosse trágico.
Gilmar é juiz ou político? Não quer julgar e sim, segundo ele, manter a “ordem vigente”. Mudar a ordem natural da esculhambação para correr riscos? Ora, se eu estou bem em Brasília e tranquilo, vou mudar o quê? Gilmar é um grande articulador. Vamos ter que engolir o Brasil a seco e aturar o Judiciário politizado e jogando o jogo do “em time que está ganhando não se mexe”. Ganhando como, cara-pálida?
Temos assistido políticos alegarem que não existem provas revelando os deslizes por eles cometidos, quando acusados de corrupção. Agora, o presidente do TSE e mais 4 ministros desprezaram uma carrada de provas que o relator explicitou como justificadoras da condenação do resultado da eleição presidencial de 2014. Então, “durma-se com um barulho desses”!

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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