29 de março de 2024
Editorial

Advogados de defesa existem, mas Juízes de defesa???

Foto: Arquivo Google

A exemplo do mensalão, quando os ministros Lewandowski e Toffoli mais pareciam advogados de defesa dos mensaleiros, no julgamento da chapa Dillma-Temer, o advogado de defesa se chama Gilmar Mendes. Não torço para lado algum, mas por justiça, porque corrupção não tem hora, dia ou ano para ser julgado e condenado. Mas ver ministros do STF tomando lados contrários ao óbvio e em acalorado bate-boca, não dá. Porque quem precisar recorrer a qualquer Corte entrará sem saber se seu processo terá o entendimento da nossa Carta ou se será julgado de acordo com a sua cara? Preocupante!
Há dias, o ministro Gilmar Mendes declarou que os políticos deveriam resolver suas questões, sem recorrer trivialmente ao Judiciário, evitando a judicialização da política. Sábia observação! O inverso também é verdadeiro e fundamental. No atual julgamento do TSE, o que deve estar em jogo é a lei e não a chapa Dilma-Temer. Caso contrário, descamba para uma equação mais nefasta daquela censurada por Gilmar. Pior que a judicialização da política é a politização do Judiciário. A Venezuela que o diga!
Por qual razão o ministro Gilmar Mendes, mandando às favas a modéstia, disse que o ministro Herman Benjamin “está brilhando no Brasil todo, na TV”, graças ao seu empenho? Será que, inspirado no Rei Midas, ele se acha também um mito, o Rei da Mídia, não tolerando concorrências? Ministro, a sua ganância pelos holofotes e microfones jamais trará riquezas democráticas para o Brasil. Atenha-se à sua toga, silenciosamente.
Pelo que me lembro, este é o primeiro grande julgamento do TSE. Espero que os srs. ministros não decepcionem a sociedade. Ladrão não pode merecer procedimento protetivo da Justiça. Ladrão não pode merecer prisão domiciliar, nos seus luxuosos apartamentos. O TSE nada tem a ver com prisão, mas o roubo vem de eleição de ladrão. Cassa-se o mandato, e a prisão fica a cargo do STF e do juiz Sergio Moro. Espero.
Nós, cidadãos comuns, não necessitamos de palavras difíceis e rebuscadas, quando de julgamentos pelos nossos tribunais de Justiça. São intermináveis e incompreensíveis discursos que não entendemos. Basta fazer a consideração final e dizer se vota sim ou não. Desta maneira, passaríamos a assistir a estes julgamentos.
Quanto tempo perdido inutilmente com esse julgamento de cassação de mandatos do Temer e Dilma! É um trabalhão para quem está querendo mesmo é esconder os problemas de julgar os verdadeiros bandidos dos três poderes com processos há mais de dez anos sem julgamentos, esperando pelo pagamento da prescrição penal. Estão brincando de fazer justiça! Caiam na real e julguem os responsáveis pelo enterro econômico da nação!
Tudo parece ter sido armado para que não houvesse um julgamento, de fato, no TSE. É intolerável que juízes se prestem a afastar provas concretas de corrupção nas eleições de Dilma e Temer sob alegação de não poderem examiná-las. Esse tribunal não justifica sua existência.

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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