23 de abril de 2024
Rodrigo Constantino

Nunca antes na história deste país a divisão ficou tão clara


O país está dividido. Sim, mas isso não quer dizer que está dividido em partes iguais. Nem de perto. O dia de hoje, com a “greve geral” orquestrada pela CUT, PT e seus demais comparsas, demonstra bem a divisão que temos. Nunca antes na história deste país ela ficou tão evidente, tão clara, tão escancarada. E a divisão é a seguinte:
–   de um lado um grupelho disposto a usar barricadas com pneus em chamas para impedir a maioria de trabalhar, do outro a maioria que deseja justamente    trabalhar, lembrando que há 13 milhões de desempregados;
–  de um lado uma turma violenta que ataca a Operação Lava-Jato, o juiz Sergio Moro e a Justiça em geral para defender Lula, o chefão da quadrilha que destruiu e dilapidou o Brasil, do outro os patriotas que desejam um país melhor e com menos impunidade, sem bandidos preferidos;
–  de um lado os sindicalistas que defendem uma lei obsoleta e arcaica, com mais de 70 anos e inspirada no fascismo de Mussolini, do outro aqueles que sabem que as leis trabalhistas brasileiras necessitam de modernização e flexibilização;
–  de um lado figuras como Guilherme Boulos, capazes de invadir propriedades privadas em nome da “justiça social” e impedir na marra trabalhadores de chegarem ao seu local de trabalho, do outro gente que sabe que invasão de propriedade e obstrução são crimes que devem ser punidos pela lei;
–  de um lado aqueles que chamam a polícia de “fascista” e jogam coquetéis molotov nela, inclusive matando cinegrafista, do outro a imensa maioria que respeita as leis e prefere o diálogo no lugar da violência;
–  de um lado os que querem uma revolução, do outro os que clamam por evolução;
–  de um lado os que admiram as tiranias em Cuba e na Venezuela, do outro os que pregam as democracias;
– de um lado os papagaios dos professores socialistas, do outro os alunos que efetivamente querem estudar e aprender alguma coisa útil para ser alguém na vida;
E por aí vai a gritante divisão em nosso país. Grupelhos criminosos e barulhentos se achando no direito de atormentar a vida de milhões de brasileiros sérios que lutam por um futuro melhor. Não pensem, caros leitores, que pelo barulho e espetáculo que essa turminha faz, ela está em maior quantidade. Nem de perto! Edmund Burke, comentando sobre a revolução francesa que instaurou o Terror e a guilhotina no país, disse:
Porque meia dúzia de gafanhotos sob uma samambaia faz o campo tinir com seu inoportuno zumbido, ao passo que milhares de cabeças de gado repousando à sombra do carvalho inglês ruminam em silêncio, por favor, não vá imaginar que aqueles que fazem barulho são os únicos habitantes do campo; ou que logicamente são maiores em número; ou, ainda, que signifiquem mais do que um pequeno grupo de insetos efêmeros, secos, magros, saltitantes, espalhafatosos e inoportunos.
Vejo exatamente dessa forma: um pequeno grupo de insetos efêmeros, saltitantes, espalhafatosos e inoportunos. Acrescentaria criminosos à lista. Mas a grande maioria dos brasileiros quer trabalhar, quer reformas necessárias, ou no limite quer debater as reformas de maneira civilizada, em vez de intimidar os demais, impedi-los de trabalhar e ainda jogar pautas políticas no meio dos protestos, defendendo um réu com inúmeros indícios de crime.
O editorial da Gazeta do Povo comentou hoje a motivação política dessa “greve geral”:
E aqui reside o grande erro dos manifestantes desta sexta-feira: sua plataforma é a rejeição completa das reformas, não o aperfeiçoamento de pontos dos quais discordam. Os temas são complexos? Evidentemente que sim, e o próprio governo o reconhece. Exigem discussão, mas para isso é preciso, inicialmente, reconhecer que há problemas sérios que exigem correção urgente. Mas não: a briga é para manter tudo como está, inclusive os mecanismos de financiamento de muitas entidades que estão convocando a greve geral.
Mas a greve geral não é um movimento político apenas por mirar Temer. Os partidos de esquerda e suas entidades-satélites também precisam de uma demonstração de força às vésperas do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, como meio de estimular a militância.
Greves são um direito do trabalhador, mas como último recurso em negociações que girem em torno de pautas concretas para categorias concretas. O que está em curso não é nada disso: trata-se de uma tentativa de parar o país com motivações político-partidárias, camufladas na tal oposição a reformas essenciais para o Brasil. É a força a serviço do atraso.
A força bruta, criminosa e organizada por lideranças insensíveis e à contramão dos anseios da população trabalhadora, eu diria. Claro que no meu universo já há certo viés, pois ao longo dos anos os petistas foram saindo de perto, até porque podem ser burros ou imorais, mas não são necessariamente masoquistas e não aguentam o confronto com os fatos e argumentos contrários.
Mas postei em minha página do Facebook uma mensagem ontem que já conta com quase cinco mil curtidas, e comprova minha tese: somente dois “amigos” pularam fora, e várias, várias pessoas se manifestaram dizendo que estão nessa fila de espera:
Caros “amigos” que pretendem aderir a essa “greve geral” amanhã, peço encarecidamente que vazem do perfil, dando espaço para outras pessoas na lista de espera. Não é nada pessoal, acreditem. Simplesmente prefiro me cercar de gente que valoriza o trabalho, não os bandidos que destruíram o Brasil. Muito obrigado pela compreensão e até nunca mais. Sinceramente, Rodrigo.
Alguns leitores desejaram ter a mesma coragem para publicar algo do tipo em suas páginas. Meu conselho? Publiquem! É libertador. E grande parte dos nossos problemas se deve justamente ao silêncio dos bons. Voltando aos gafanhotos barulhentos acima, é importante que eles saibam que são minoria, que são indesejados, que não contam com o apoio da maioria. E só há uma forma de deixar isso bem claro: manifestando-se do lado de cá. As redes sociais nos deram o instrumento para exercer tal poder. É preciso utilizá-lo.
Vamos deixar essa divisão mais estampada ainda para que todos possam ver e ninguém possa fingir que não existe. Milhões de brasileiros querem trabalho, reformas e punição aos corruptos. Uma pequena parcela afetada, movida a mortadela, quer impunidade para seus companheiros, greve geral imposta na marra e com violência, e privilégios bancados pelo estado e pagos pelo trabalhador. O Brasil vencerá essa patota.

O Boletim

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *