18 de abril de 2024
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Antes que venham ventos…

Antes que venham ventos e te levem do peito o amor, esse tão belo amor, que dá beleza e graça à sua vida, faze dele agora, enquanto é tempo, uma morada eterna e nele habita…
Houve um homem, que tirava dentes, que contam a sua história cada um ao seu jeito à sua moda…
O fato é que ele permaneceu vivo ao seu jeito e à sua moda em nossa lembrança.
Como terá sido esse homem?
Era bom ou mau?
Fazia o certo ou o errado?
O fato é que ao seu jeito e à sua moda hoje é o dia dele.
Liberdade… independência…

Teatro… magia…
Houve um tempo em que eu trabalhava numa colônia de férias de crianças…
E certo dia, após o almoço, muitas crianças tiveram urticária.
Você se lembra quando usávamos esse termo.
Lembro bem do olhar da cozinheira, se culpando, em desespero, por imaginar que a comida poderia ter causado tal mal.
E então foi apenas o suco de abacaxi industrializado que ao seu jeito e à sua moda provocou tal reação nas crianças.
Lembro que conversei com ela acalmando-a  e até ver suas lágrimas cessarem e ela conseguir sorrir.
Conversamos e conversamos.
No ano seguinte, na época de férias lá estávamos, eu e ela também.
Nos encontramos por acaso no jardim.
Ela me abraçou e agradeceu muito.
Disse que seguiu meus conselhos e que tinha feito tudo como eu lhe disse.
E que tinha dado tudo certo.
Queria lembrar o que eu disse a ela, mas não fazia a menor diferença àquela altura.
O fato é que naquele momento sagrado que tive com ela no ano anterior algo mágico aconteceu que transformou sua vida.
E o que eu senti ao saber que ao conversar comigo ela se redirecionou e que estava feliz, e que a lembrança que eu tinha deixado nela era boa, eu entendi que a melhor coisa da vida é deixar essa lembrança boa nas pessoas.
Teve um tempo em  que eu tinha pai e mãe.
Irmão.
Tias, tios e avós.
Eles se foram, voaram longe mas ainda sinto esse amor vivo.

Fiz desse amor a minha morada.
Aqui em casa não tinha formigas.
Há um mês mais ou menos elas apareceram do nada e o mínimo doce que encontravam vinham muitas e muitas pelo mesmo caminho.
Me fizeram mudar de hábitos.
Assim como chegaram, se foram.
Mas os novos hábitos ficaram.
No início me incomodei com elas, reclamei… mas hoje sinto saudades daquelas companheiras que vieram aos montes me fazer companhia…
E só agora percebo como eu estava me sentindo sozinha e elas me ocuparam e preencheram um vazio.

Passamos uns pelos outros nessa vida e nos transformamos.
E assim o que permanece é o amor, a gratidão a cada ser que ocupou a minha vida ,
Saudades, um enorme vazio…que pode ser preenchido com amor ou dor.
Mas o que permanece é o amor…

O Boletim

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