No último dia 28, o site de notícias O Antagonista, publicou nota sobre a criminalização da divulgação de fotos de presos, prevista no anteprojeto de Rodrigo Janot.
Seria muito engraçado se essa regra fosse mesmo pra valer. Já pensaram como seria a transmissão pela TV do jogo do Boa Esporte Clube, que contratou o goleiro Bruno? Toda vez que a bola fosse a gol, iam ter de providenciar uma tarja preta para cobrir a cara do assassino. Mas talvez isso não possa ser aplicado ao goleiro, já que ele não é mais um presidiário. É só um assassino solto!
Esse assunto veio agora à tona, por causa desses famosos que antes ilustravam páginas sociais e que agora ilustram as páginas policiais.
Nesse caso específico, aquela senhora elegante, sempre muito bem vestida, adornada por joias de pedras lapidadas em lavanderias de dinheiro, não deve estar gostando, nadica de nada, de ver sua cara lavada, em seu new look despojado, estampado em todos os jornais e revistas do país e do mundo.
É verdade que existem leis que protegem a imagem das pessoas garantindo a privacidade de cada indivíduo, seja ele quem for. Mas essa é só mais uma lei que não “pegou”.
Aliás, as leis no Brasil foram feitas pra não pegar. Até então, não se sabia por exemplo, que mães presas preventivamente, que têm filhos menores, têm o direito à prisão domiciliar.
Quantas vezes vimos essa lei ser aplicada? Raras vezes, e quase não se tem notícia quando isso acontece. Tanto que se não fosse o advogado de defesa da ré em questão, continuaríamos na ignorância.
E quantas vezes vimos a lei da proibição de fotos de presos, aplicada? Até onde tenho notícias, nunca! As caras dos meliantes ficam expostas pra quem quiser ver.
Mas a nossa justiça insiste em levar tudo ao pé da letra, em alguns casos. Mas só em alguns casos!
Agora já é demais não querer que vejamos a feiura explícita de quem se camuflava com roupas de grife pra aparecer bem na fita.
Pois se é esse o nosso único consolo, já que não vamos ter mesmo todo o dinheiro roubado de volta!
O que se gastou naqueles jantares em Paris, já virou bosta, como diriam Rita Lee e Moacir Franco.
Também não vamos mais ter a esperança de que a contrapartida, no caso da senhora Cabral, venha em forma de quentinha.
Nossos bondosos juízes permitiram, pela segunda vez, que a senhora Adriana Ancelmo passe seus dias ao lado dos seus queridos filhos menores.
E ainda vão querer que acreditemos que ela não vai ter celular, internet, que não vai poder sair de casa e nem tomar seus “vinhinhos” franceses costumeiros.
Isso tudo já é demais pra esse povo enganado, roubado e tripudiado por esses bandidos que só entram na política pensando em aumentar suas contas polpudas no exterior.
Portanto, homens da lei, nos deixem ver, por favor, essas caras dismilinguidas, para que pelo menos por instantes, possamos imaginar que a punição a marginais existe e que o crime não compensa!
Afinal, de ilusão também se vive!
Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.