Em março de 2010, o ranking de bilionários da revista Forbes anunciava um feito extraordinário: Eike Batista subira 53 posições em apenas um ano, tornando-se o oitavo homem mais rico do mundo. Um vencedor, um exemplo – “nosso padrão, nossa expectativa, o orgulho do Brasil”, segundo a ex-presidente Dilma Rousseff.
O então megaempresário, que já criara constrangimentos ao petismo – além de dívidas impagáveis que todos os brasileiros já estão pagando -, quebrou um ano depois dos elogios de Dilma. Agora, diante de um mandado de prisão, é uma bomba que pode detonar a qualquer momento. Daquelas que o alto comando petista preferia ver protegida pela cidadania alemã de Eike.
Assim como tudo que se refere a Eike, a história de sua prisão também é megalômana, digna de best-sellers. Envolve política e corrupção, milhares de dólares, ouro, fuga, dupla nacionalidade, Interpol.
Alvo da operação Eficiência da Polícia Federal, Eike foi delatado por dois doleiros aos procuradores da Lava-Jato, no Rio de Janeiro. Apurou-se que ele pagou US$ 16,5 milhões de propina ao ex-governador Sérgio Cabral, hoje na penitenciária de Bangu. A transação teria sido feita em 2011, por meio de uma triangulação entre bancos do Panamá e do Uruguai, maquiada por um contrato de venda de uma mina de ouro.
Dois dias antes de o mandado de prisão ser expedido, Eike embarcou para os Estados Unidos – a negócios, segundo seus advogados – usando seu passaporte alemão. Simplesmente espetacular.
Como se sabe, Eike não está só.
Trazê-lo à tona pode fazer com que a Lava-Jato encaixe mais peças no sofisticado quebra-cabeça que tem revelado a institucionalização da corrupção no país desde as primeiras incursões do mensalão, vista hoje como um ensaio de amadores.
As palavras dele podem corroborar com informações coletadas em arquivos e delações de dirigentes de outras empresas pagadoras de propinas. Dinheiro farto para engordar campanhas eleitorais, assegurar maioria parlamentar, rechear bolsos, garantir conforto e delícias de inescrupulosos.
Mesmo que Eike nada fale, só a expedição do mandado de prisão escancara a criminosa associação da corrupção com a política de campeões nacionais, cuja conta, estima-se, supera R$ 200 bilhões, só no BNDES.
Dinheiro que garantiu o posto de homem mais rico do Brasil para Eike e fez a fortuna de escolhidos de Lula e Dilma. Dinheiro que não financiou milhares de empreendedores capazes de amenizar a crise e o desemprego. Dinheiro que está sendo pago por todos os brasileiros.
A lista dos amigos campeões não é extensa. São empresas frequentes no rol de escândalos ou de grandes devedores. Ou nos dois.
Nela, incluem-se empréstimos à criminosa confessa Odebrecht, à Friboi, enrolada com o José Carlos Bumlai, amigo de Lula, à Fibria e à Lactos Brasil. Também está a falida megaoperadora de telefonia Oi, que manteve negócios suspeitos com a Gamecorp de Fábio Luís, filho de Lula. E instalou uma estação de rádio base (Erb), antena exclusiva próxima ao sítio de Atibaia que Lula garante que não é dele, mas que, como no lobo da história infantil, tem olhos, focinho e boca que remetem ao ex.
Eike conseguiu torrar R$ 20 bilhões do BNDES.
Cinco meses depois de frequentar pela primeira vez o top ten da Forbes, o empresário de estimação do PT, a quem Lula conferiu privilégios de interlocução antes mesmo de fazer o seu primeiro discurso na ONU, arrematou em um leilão beneficente o terno que o ex usou na posse, em 2003. Pagou R$ 500 mil.
Queria moldar a imagem de empresário do bem. E, assim como Lula, usou o chapéu alheio.
Fonte: Blog do Noblat
Jornalista, mineira de Belo Horizonte, ex-Rádio Itatiaia, Rádio Inconfidência, sucursais de O Globo e O Estado de S. Paulo em Brasília, Agência Estado em São Paulo. Foi assessora de Imprensa do governador Mario Covas durante toda a sua gestão, de 1995 a 2001. Assina há mais de 10 anos coluna política semanal no Blog do Noblat.
Jornalista, mineira de Belo Horizonte, ex-Rádio Itatiaia, Rádio Inconfidência, sucursais de O Globo e O Estado de S. Paulo em Brasília, Agência Estado em São Paulo. Foi assessora de Imprensa do governador Mario Covas durante toda a sua gestão, de 1995 a 2001. Assina há mais de 10 anos coluna política semanal no Blog do Noblat.
Usamos cookies em nosso site para oferecer a você a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar tudo”, você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
Cookie
Duração
Descrição
cookielawinfo-checkbox-analytics
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional
11 months
The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance
11 months
This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy
11 months
The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.