19 de abril de 2024
Editorial

O maior inimigo do Rio

rio-572153Crivella (PRB) e Freixo (PSOL) estarão no segundo turno no Rio
Fotos: Vanderlei Almeida/AFP/JC E Yasuyoshi Chiba/AFP/JC
Fonte: UOL

Eleitores de Rio e São Paulo deram um recado direto aos maiores partidos envolvidos na Lava-Jato e na corrupção que assola o Brasil: PT, PP e PMDB. No Rio, abstenções somadas a votos nulos e em branco totalizam uma votação superior à soma dos recebidos por Crivella e Freixo. A soma dos votos nulos e em branco superam aos dados a Marcelo Freixo. Infelizmente, Crivella ou Freixo, um dos dois será o prefeito do Rio e não representa a maioria da população da cidade, que os rejeita.
O primeiro turno da eleição no Rio resultou na ida para o segundo de dois dos candidatos mais radicais: um à direita e outro à esquerda conforme suas ideologias. O primeiro, um discípulo da “afamada”  igreja evangélica Universal do Reino de Deus; o segundo, um radical da esquerda hidrófoba, defensor de black blocs (lembram-se da Sininho?). Considerando que o crime organizado já se imiscuiu entre os políticos da cidade, segundo recente avaliação de um ministro do STF, que nas próximas eleições já não tenha se transformado em partido político, com candidato.
Se o segundo turno é uma nova eleição, no caso do Rio a disputa se polarizou, por conta dos perfis dos dois candidatos mais votados. Nessa etapa, abstenção, votos em branco ou nulos vão contribuir para a vitória de um dos dois. Isso porque, na nossa cultura política, a orientação afetiva, aquela que traduz nossos sentimentos sobre o sistema político ideal e o papel dos cidadãos, tende a se sobrepor à avaliações pragmáticas e informações com base em critérios de valor. Dessa forma, a tentação em votar no referencial simbólico dos candidatos tende a mobilizar grande parte daqueles que não participaram do primeiro turno.
Marcelo Crivella reduz o tom das críticas e sai atrás de parcerias com opositores. Marcelo Freixo apela pelo apoio de todos, e fecha aliança com o PT. São essas manobras que causam repulsa nos eleitores, que nem se dão ao trabalho de sair de casa para votar. A continuar nesse ritmo, o número de abstenções, votos nulos e brancos será ainda maior do que na primeira fase.
Recebi pelo Facebook um desses “memes” que nos enviam em épocas eleitorais (também), que, se examinado direitinho pode até ser verdade, para nosso pavor…
Cenário: Segundo turno no Rio, dois Marcelos e uma incógnita: o que fazer? Cruel, bem no estilo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Segundo o meme que recebi:
Se vence Crivella, corremos o risco do retorno de Garotinho e sua trupe, além do surgimento de uma legião de profetas como tábua da salvação.
Se vence Freixo, Jandira Feghali ficará na Secretaria da Saúde; Jean Willys, na Secretaria de Educação, e o mais temível, Elisa Quadros, vulgo Sininho, com mestrado em ativismo e agitação, na Secretaria municipal de Ordem Pública ou Guarda Municipal. Só rindo mesmo.
Eram onze candidatos a prefeito, e a vida não deu isso? “Senhor por que nos abandonaste?”.
O carioca é mesmo o seu maior inimigo!

Valter Bernat

Advogado, analista de TI e editor do site.

Advogado, analista de TI e editor do site.

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